À agência Lusa, Edgar Ramalho explicou ter uma “ligação especial” com o concelho, onde reside, e no seu percurso de vida nunca sentiu que “houvesse um contexto social tão único” como em Ansião.

“Aquilo que vejo é que o quadro político do meu concelho, muitas vezes, não tem a capacidade de estar capaz de assumir os desafios” que as pessoas ou associações pedem das instituições, declarou o candidato, de 32 anos.

Para o militante do Chega, está a chegar-se a uma situação em que, “continuando neste rumo”, o concelho vai mingar, não só pelo facto de ser um município do Interior do país, mas também pela falta de jovens.

“Chega uma altura em que tenho de assumir, por mim, pelos meus filhos, pela minha família, pela história das pessoas que vivem cá”, adiantou o cabeça de lista.

Sobre o programa com que se vai apresentar a sufrágio, marcado para 12 de Outubro, Edgar Ramalho elencou três pilares, um deles “uma reforma interna da Câmara”.

“Toda a estrutura de Câmara tem muitos anos e de partidarismo de 40 anos de PSD. Esta candidatura que aparece do PS ainda não conseguiu resolver uma parte da estrutura interna da Câmara”, considerou.

O segundo pilar prende-se com a “reforma da estratégia empresarial do concelho”.

“Não vamos conseguir inverter esta diminuição de população se não conseguirmos sequer reter aqueles que cá nascem”, notou.

Referiu também que um dos “factores de distinção” do concelho comparativamente com outros é a “zona industrial [que] já atingiu o pleno de captação de empresas”.

A este propósito, Edgar Ramalho lamentou não ter havido no passado “uma análise de que tipo de empresas é que se vão lá instalar e que campanhas poderão fazer-se para angariar outro tipo de estruturas empresariais”.

Um terceiro pilar da candidatura é a reforma social, que abrange áreas como a protecção civil, a educação e a saúde.

Edgar Ramalho adiantou que, com a equipa que o vai acompanhar e o programa que vai apresentar aos eleitores, “é para ganhar a Câmara”.

“Seria uma vitória pessoal de bastante orgulho e ficava bastante satisfeito comigo e com os meus pares, que conseguiram transmitir essa situação à população. Mas, mais importante do que isso, é, efectivamente, corrigir estes problemas”, acrescentou.

Segundo o candidato ao Município de Ansião, “com aquilo que vai ser apresentado e com a dificuldade” que vê “dos outros actores políticos”, só com o Chega a ganhar a autarquia é que a população vai ter “resultados diferentes”.

O Município de Ansião é liderado pelo PS, que obteve, nas últimas autárquicas, em 2021, quatro de sete mandatos. O PSD obteve os restantes.

Os socialistas recandidatam o actual presidente da Câmara, António José Domingues, a um terceiro mandato, enquanto o cabeça de lista do PSD é Jorge Cancelinha.

Lusa