O mundo anda aos trambolhões. A diplomacia caiu em desuso e a linguagem das armas é a mais utilizada, seja na Ucrânia, seja em Gaza e, agora, em Israel e no Irão, numa escalada de agressões que dizima vidas inocentes. Dizemos que os líderes devem estar loucos. O facto é que as agendas estratégicas de alguns países do mundo devem estar para lá das cimeiras que, cada vez mais, servem para pouco. Vamos falar de blocos mundiais: Rússia, China, Estados Unidos, Canadá, Europa, Brasil, Médio Oriente e África. Que mundo temos? A Rússia quer dominar novamente o leste europeu a partir de um regime autocrático onde a liberdade termina na esquina de qualquer pensamento que desalinhe com o Kremlin. A China, na sua gestão paciente, melhor o Partido Comunista Chinês na sua gestão de domínio (quase) global foi comprando “interesses”, emprestando dinheiro a países em vias de desenvolvimento que ficaram subjugados, ao mesmo tempo que foi “importando” inovação e desenvolvimento tecnológico e aproveitando os objectivos comerciais do Ocidente. O Ocidente queria fazer a cruzada do ambiente com carros eléctricos, painéis fotovoltaicos e a China preparou-se e trabalhou para nos servir. Nós achámos que não é preciso ter indústria, que isso é coisa de países mais pobres até termos dado conta, no tempo da pandemia, que estávamos dependentes.
Entretanto, julgo que já nos esquecemos porque a Europa e Bruxelas habituou-nos a muita conversa, muita burocracia e pouca acção. Os EUA, a maior economia do mundo, está numa fase de catarse e experimentalismo fiscal e político. É o que temos. Tudo porque os cidadãos acharam que bastava ler ‘posts’ nas redes sociais sem analisar se se tratava de mentiras ou verdades. Vivemos num mundo de ficção em que as pessoas julgam que haverá uns “salvadores” para se livrarem deste ambiente pardacento que se instalou no Ocidente. Trump, Putin, Netanyahu, mais uma série de regimes autocráticos, mais a China.
E a Europa? Todos muito formais e importantes, sem estratégia, com o ex-PM holandês, agora Presidente da NATO, a reclamar mais investimento em Defesa, um ou outro comissário a falar de indústria sem discutirmos como é que vamos competir e termos rentabilidade quando a maioria dos nossos Estados estão cheios de burocracia e sugam imensos impostos a quem quer criar riqueza. Enquanto isso, o Trump diz que “vai fazer algo”, o Israelita faz terraplanagem em Gaza, matando crianças sem dó, à fome e ao tiro.
Os líderes devem estar loucos. Ou serão os cidadãos que se deixaram ir neste rio de populismo que desagua em ditaduras e autocracias? Falando de nós, cada dia que passa sem coragem para reformar e mudar, é um dia que se perde para o populismo e para a ignorância. O povo tem sempre razão. Há políticos que ainda não perceberam.
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