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Soure: Projecto de gestão da paisagem avança com primeiras limpezas e plantações

3 de Maio 2025

A Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP) de Sicó, que abrange 1.058 hectares nas freguesias de Tapéus e União de Freguesias de Degracias e Pombalinho, no concelho de Soure, já entrou na fase de execução. A candidatura, aprovada e financiada pelo Fundo Ambiental, vai permitir a reflorestação e reordenamento de zonas de minifúndio, historicamente afectadas por incêndios florestais, com investimento integralmente público na fase inicial.

“O objectivo é reordenar e reflorestar áreas que foram severamente afectadas, sobretudo depois dos grandes incêndios de 2016”, explica Margarida Paulino, engenheira florestal da associação Saurium Forestal, entidade gestora do projecto. “A ideia é garantir que os terrenos tenham menor carga combustível e maior resiliência ao fogo”, afirma.

As intervenções incluem limpezas, plantações de espécies autóctones, “como carvalhos, medronheiros, oliveiras e pinheiro-bravo”, bem como podas em olivais abandonados. A prioridade é dada à valorização dos recursos existentes. “Se um olival estiver em boas condições, não há razão para intervir. Já em áreas de mato denso ou abandono, é necessário limpar e instalar novas espécies”, refere a responsável.

O projecto é voluntário, mas implica um compromisso: após a intervenção inicial financiada pelo Estado, os proprietários ficam responsáveis pela manutenção regular dos terrenos. “Não é necessário limpar todos os anos, longe disso. Dependendo do tipo de vegetação, a manutenção pode ser feita de três em três ou até de quatro em quatro anos”, clarifica Margarida Paulino.

Não existe qualquer custo associado à adesão. “Os trabalhos de instalação, como limpezas e plantações, são todos pagos pela candidatura. Os proprietários não pagam nada”, assegura.

Com o avanço da implementação, a associação está agora a contactar individualmente os proprietários para assinar os contratos que formalizam a sua integração no projecto. O contrato não transfere qualquer posse ou direito sobre os terrenos: “A gestão continua a ser dos proprietários. Não ficamos com os terrenos, não temos qualquer interesse económico neles. O objectivo é promover o ordenamento e evitar o abandono”, sublinha.

A AIGP Sicó é considerada uma oportunidade para revitalizar zonas rurais e evitar que a floresta continue a ser um problema em vez de um activo. A execução de limpeza dos terrenos arranca já no início deste Verão, com as primeiras plantações previstas para o Outono.

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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