O Aeródromo de Pombal, localizado em Casalinho, que de aeródromo só tem o nome e está actualmente classificado apenas como pista de ultraleves, poderá vir a ganhar uma nova vida nos próximos anos. A ambição do município passa pela certificação plena do espaço como aeródromo, com a construção de infra-estruturas essenciais como uma torre de controlo e a reformulação dos acessos e da vedação. A informação foi avançada ao TERRAS DE SICÓ pela vereadora Catarina Silva, responsável pelo pelouro da Protecção Civil e Segurança.
“Este espaço tem um potencial imenso e queremos dar-lhe outro tipo de utilização”, afirmou a autarca, sublinhando que “o processo ainda está numa fase inicial de estudo”. A transformação da actual pista de ultraleves num aeródromo “vai exigir obras estruturais que poderão avançar por fases”. Para Catarina Silva, “mais do que a classificação, o que queremos é dar outra vida a este espaço.”
Entre os projectos já em carteira está a construção de uma torre de controlo, cujo custo poderá rondar os cinco milhões de euros, além da substituição integral da vedação e a reformulação dos acessos, que actualmente são considerados inadequados para uma infra-estrutura aeronáutica.
Vontade de crescer
Embora ainda sem calendário ou orçamento global definidos, o município tem vindo a realizar melhorias pontuais. “Recentemente foi concluída a substituição dos contentores que servem de apoio à Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR, num investimento de cerca de 100.000 euros”, revela a autarca. A pista conta já com duas plataformas para acolhimento de meios aéreos e funciona como base de apoio ao combate a incêndios rurais, sob coordenação da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil.
“A nossa pista é uma referência no dispositivo de combate a incêndios. Tivemos cá dois meios aéreos no ano passado, um pesado e um ligeiro, e estamos a trabalhar no sentido de manter essa capacidade”, afirma a vereadora.
Ligação ao território
Catarina Silva destaca ainda a importância estratégica do espaço para o concelho e a possibilidade de o aeródromo vir a servir também empresários e pilotos civis. “Há habitantes de Pombal com avionetas que têm de ir para concelhos vizinhos. Se tivermos cá uma infra-estrutura preparada, podemos facilitar essa realidade”, frisa.
A autarca reconhece, no entanto, que o espaço está ainda “subaproveitado” e que será necessário “muito investimento” para o tornar compatível com os requisitos de um aeródromo de classe inferior. A ambição, admite, poderá abrir portas a voos privados, voos de negócios ou mesmo formação em aviação ligeira.
Exercício testa emergência
As declarações de Catarina Silva foram feitas à margem de um Exercício à Escala Total que decorreu no passado dia 27 de Março, naquele local, no âmbito da revalidação do plano de emergência da pista, e que simulou a queda de uma aeronave. O simulacro envolveu dezenas de operacionais dos Bombeiros Voluntários de Pombal, GNR, Serviço Municipal de Protecção Civil e da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil.
Além de cumprir os requisitos legais, uma vez que o exercício é obrigatório de dois em dois anos, serviu também para testar o plano de emergência da infra-estrutura e aperfeiçoar a coordenação entre entidades. “É nestes momentos que percebemos onde é que podemos melhorar”, sublinhou a vereadora, apontando como principais pontos a rever a resposta inicial ao incêndio simulado e a eficácia dos acessos.
Infra-estrutura “crucial”
Já o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão, sublinha a importância estratégica do centro de meios aéreos do Casalinho, que considera “crucial na estratégia de protecção civil do concelho, não só na época de incêndios, mas ao longo de todo o ano, como epicentro da actividade operacional nesta área”. O autarca destaca o envolvimento de parceiros como os Bombeiros Voluntários de Pombal, a Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR e a Protecção Civil nacional e regional, reafirmando que o espaço “tem merecido uma reflexão cuidada e tem vindo a ser alvo de melhorias”, como a requalificação dos dormitórios e a criação de um ponto de água.
Pedro Pimpão assume que o município está a preparar um projecto mais abrangente para o local, que visa “criar um espaço ainda mais condigno e tirar o melhor potencial possível daquela infra-estrutura”, admitindo que esse caminho passa por um investimento estruturado e faseado, com “o objectivo claro de valorizar o território e atrair mais pessoas ao concelho”, remata.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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