A caminho do tempo pascal, o Espinhal prepara-se para manter a histórica ‘Queima do Judas’ em Domingo de Páscoa.
Assim, no próximo dia 20, a tradição será cumprida, com um boneco, feito de farrapos, simbolizando Judas Iscariotes, o apóstolo-traidor que se terá enforcado após ter ‘entregado’ Jesus Cristo no Monte das Oliveiras, é queimado na praça pública, à vista de muitos que rumam ao Largo da Feira para assistir à recriação.
Na manhã daquele domingo, a emblemática figura é exposta na Praça da República, de onde, à tarde, cerca das 15h30, é transportado até ao Largo da Feira para ser imolado pelo fogo.
O cortejo percorre algumas ruas da vila anunciando à população a ‘condenação’ do apóstolo. Já no Largo da Feira, “Judas” é pendurado num plátano, simulando o seu enforcamento, e finalmente queimado perante a população local e muitos visitantes que ali se deslocam para assistir a uma das tradições marcantes da quadra na região.
Dinamizado pela Junta de Freguesia, em parceria com a Sociedade Filarmónica do Espinhal, após a “queima”, o evento prossegue com um Concerto de Páscoa por aquela filarmónica e pelo seu Coro Carlota Taylor, na Casa da Cultura.
“A Queima do Judas faz parte de um grupo de tradições que têm marcado o Espinhal ao longo de décadas, como também o é Bradar às Almas, a Serração da Velha, as Janeiras ou a Noite das Bruxas, todas de forte tradição popular”, salienta José Antero, maestro da Filarmónica do Espinhal.
Por seu turno, o presidente da Junta de Freguesia, Luís Oliveira Dias, realça que a tradição em torno do apóstolo traidor está enraizada na região e “as pessoas já sabem que no dia de Páscoa é no Espinhal que se queima o Judas”.
“Além da população local, vem muita gente fora. Depois da pandemia, notou-se menos gente, mas, por exemplo, no ano passado retomou e já voltaram a estar muitas pessoas a assistir”, refere o autarca, notando que o concerto musical após a encenação também atrai muitos espectadores.
Enquanto liderar a Junta, Luís Oliveira Dias afirma que “a tradição da Queima do Judas não se irá perder”.
A Filarmónica do Espinhal, que com uma arruada acompanhará o desfile do ‘Judas’ até à ‘queima’ e depois dará o referido concerto, vive a cada Domingo de Páscoa um dia especial. Foi naquele dia festivo que em 1976 retomou a actividade, não mais voltando a interromper.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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