O presidente da Câmara de Pombal assegura que a autarquia vai encetar os procedimentos que conduzam, no âmbito da revisão do Plano Director Municipal (PDM), à classificação da Mata Nacional do Urso como Espaço Natural de Valor em Área Protegida de Âmbito Local/Regional, como defende uma petição enviada à Assembleia Municipal, que abordou o assunto no passado dia 26 de Fevereiro.
“Esta altura é a altura ideal para essa discussão ser tida, porque estamos na fase de revisão do PDM”, afirmou Pedro Pimpão naquela reunião magna, adiantando que o actual PDM de Pombal já contempla “algumas medidas de salvaguarda, nomeadamente, do aquífero da Mata do Urso” e que a gestão da área “não é nossa, é de todos” e pertence ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Segundo a petição pública, com 250 subscritores e dinamizada pela investigadora Gabriela Marques, mestre em ecoturismo, a Mata Nacional do Urso “é uma floresta de inestimável valor ambiental e cultural, localizada nos concelhos de Pombal, Figueira da Foz e Leiria. Com uma extensão de 6.102 hectares, esta área alberga uma biodiversidade única, com ecossistemas frágeis, zonas húmidas, lagoas e aquíferos que desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental da região”.
“Apesar das diversas ameaças, entre elas plantas invasoras, como a acácia, o eucalipto e a erva-das-pampas, e factores de risco de origem natural, como os incêndios de Outubro de 2017 e o furacão Leslie, em Outubro de 2018, constatamos que as zonas húmidas da Mata do Urso conseguiram guardar muitos dos seus tesouros”, refere o texto remetido à Assembleia Municipal de Pombal, onde é também sublinhado que “além do seu valor ecológico, que carece ainda de um maior aprofundamento científico, os valores naturais da Mata Nacional do Urso apresentam características comparáveis à Mata Nacional das Dunas de Quiaios, já considerada uma área protegida”.
O presidente da Câmara dá nota do “trabalho sério” que o Município está a efectuar na extensa mata, tendo candidatado a financiamento comunitário a recuperação dos trilhos, que permitem “valorizar muito a biodiversidade e a dão a conhecer”, bem como a criação de um Centro de Interpretação Ambiental da Mata do Urso, que dará a conhecer a riqueza dessa biodiversidade.
“Estamos igualmente a trabalhar no processo da criação da nova frente de praia, a praia do Urso, um dos projectos estruturais que temos porque vai ser mais uma praia dourada, uma praia 100% natural”, vincou Pedro Pimpão, lamentando os atrasos do ICNF na autorização para a construção dos acessos à mesma.
O projecto pretende dotar o concelho de uma nova zona balnear, situada na zona costeira da União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca, que acrescente à praia do Osso da Baleia, na freguesia do Carriço.
Vulnerável a ameaças
O texto da referida petição salienta que a Mata Nacional do Urso “não é importante apenas pelo seu valor ambiental e pelos seus recursos vitais para a população local, mas também por representar a identidade de um povo, as suas lendas, tradições e história. A cada dia que passa, estamos a perder uma parte dessa história, e a Mata do Urso torna-se cada vez mais vulnerável às alterações climáticas e à acção humana. É nosso dever proteger e valorizar o que ainda existe e contribuir para a recuperação dos ‘habitats’ ali presentes”, frisa, alertando que, actualmente, “ainda não possui o reconhecimento oficial como área protegida, o que a deixa vulnerável a novas ameaças”.
“Este reconhecimento permitirá garantir a protecção e gestão sustentada deste ecossistema, promovendo a preservação da sua biodiversidade e dos seus recursos naturais”, sendo considerada pelos peticionários “uma medida urgente e necessária para proteger este espaço natural valioso e garantir que as gerações futuras possam usufruir desta floresta e da sua história”.
Na reunião da Assembleia Municipal do passado dia 26, Pedro Pimpão garantiu “o empenho e o entusiasmo do município de Pombal” no avançar do processo tendente à classificação solicitada para Mata Nacional do Urso, cumpridas as formalidades plasmadas na lei.
Na reunião da Assembleia Municipal de Pombal do passado dia 26, o presidente da Câmara, Pedro Pimpão, lamentou que a projectada construção de um novo apoio de praia no Osso da Baleia não avance, dado o concurso público para a execução da empreitada ter ficado “deserto”. “Não é por falta de vontade, nem de trabalho dos nossos técnicos, nem de termos feito todo o caminho, mas nem sempre as coisas correm como queríamos”, referiu. O projecto, que previa um investimento de 700.000 euros, visava a construção de um apoio de praia completo e a redefinição dos passadiços que lhe dão acesso. O novo equipamento integraria novas valências, tais como posto de informação e assistência/vigilância; posto de socorros; armazém de apoio à praia; vestiários/balneários; instalações sanitárias; duches exteriores; estabelecimento de restauração e bebidas, e esplanada descoberta.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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