28 de Abril de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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NATÉRCIA MARTINS

Comidinha!

21 de Março 2025

A alimentação, após a respiração e a ingestão da água é a mais básica das necessidades e de suma importância, porque somos aquilo que comemos.

A alimentação ocupa o lugar mais importante nas nossas vidas.

Há muitos tipos de alimentação: vegan, vegetariana, saudável ou variada, etc. A alimentação é o processo no qual os seres vivos assimilam o alimento necessário para a realização das actividades vitais. Todos os países têm uma cozinha que é bem diferente dos outros países.

Uma pessoa bem alimentada não é a que come muito. É importante comer com gosto. A boa alimentação é aquela que fornece ao corpo os elementos essenciais nas quantidades necessárias.

Quem cozinha é responsável pelo bem-estar e saúde da família.

A cozinha portuguesa é agradável, variada, rica e saborosa. No entanto diferente de região para região. A costa marítima tem o mar rico em peixe como a sardinha, a faneca, o chicharro, o carapau, a cavala e muito mais espécies. No interior do país come-se mais carne, seja de borrego, cabrito, vaca e porco. Com carne de porco fazem-se deliciosos rojões, cozinhados em banha. Com o borrego e cabra velha a apetecível chanfana, tão conhecida em Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo.

A carne mais utilizada é a de porco. É mais barata e de fácil digestão.

Mas nem sempre foi assim. Sabemos que todo o ser vivo precisa de se alimentar.

Na pré-história, antes do aparecimento do fogo, o homem caçava e com seixos talhados em forma de cunha, cortava e depois comia a carne crua. Utilizava, já, os cereais. Isso é documentado nas sepulturas, descobertas agora, mas sendo dessa época tinham com eles sementes que, enterradas juntamente, não germinavam e mantinham-se na sua forma original. Alimentavam-se de frutas e raízes. Começaram a desenvolver o hábito de se alimentar de proteína animal, como a caça, a pesca e mariscos que apanhavam ali mesmo no oceano.

Como curiosidade, li num livro antigo, que essas pessoas partiam os ossos dos animais que caçavam, para se alimentar do tutano.

Com o aparecimento do fogo, tudo mudou. Aí apercebeu-se que o uso do fogo e as práticas de cozinha servem para melhorar o sabor dos alimentos. Foi depois do aparecimento do fogo que se começou a saborear os alimentos e as suas texturas.

Não se fazem só bons cozinhados com elementos caros.

Conhecemos as aves de capoeira e caça. A caça, tanto à perdiz como ao coelho ou mesmo aos tordos já foi mais abundante. Hoje, em dia, há muito pouca caça.

Na província ainda há quem tenha galinhas, patos e coelhos. Esta velha prática de fazer criação em casa, no quintal, auxilia a economia familiar e ainda podemos saborear a carne sem as hormonas que lhes dão nos aviários.

A alimentação é saúde, comida e bem-estar. A civilização tem sofrido, ao longo dos anos uma constante mutação.

Que cereal é tão popular como o arroz? Que deliciosos cozinhados se podem fazer com ele: arroz de forno, arroz de cabidela, a tradicional paelha em Espanha. A farinha de trigo e a de milho ou aveia faz pão que nos mata a fome e faz parte da nossa tradição.

A partir do plantio de grãos, hortaliças e frutos, a criatividade humana contribuiu, além de saciar a fome, era também fonte de prazer.

A culinária faz parte da história cultural dos povos, fazendo com que à mesa se juntem pais, filhos e avós, transmitindo conhecimentos, não só culinário como contando histórias vividas pelos mais velhos. O sal, segundo sei, conhece-se desde o tempo dos Celtas.

O sal é condimento e conservante dos alimentos. O sal aguça o sentido do gosto. A língua tem sensores que detectam o sabor do sal. É reforçador dos sabores e consequentemente dos alimentos. Tem de se utilizar com conta peso e medida.

O sal é um elemento imprescindível em qualquer cozinha.

O sal desempenhou o papel de moeda e originou a palavra salário. Provocou guerras devido ao seu alto preço.

Hoje já não se fazem pratos como no século passado. Tudo se tem modificado e a culinária de hoje é mais leve e com ingredientes diferentes, até mesmo vindos de outros países. É a globalização.

Termino com uma curiosidade: na idade média entornar sal era um sinal de mau agouro. Não entorne sal. Vem aí tempestade!


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