Em Santiago da Guarda, já se sabe: quando o aroma do cabrito e do borrego começa a pairar no ar, não é só um convite ao paladar, mas também um pretexto para pôr toda a freguesia à conversa. Nos dias 29 e 30 de Março, o IV Festival Gastronómico do Cabrito e Borrego de Sicó e do Queijo Rabaçal promete voltar a fazer da gastronomia regional o prato forte… com uma dose generosa de música e artesanato a acompanhar.

Organizado pela Junta de Freguesia de Santiago da Guarda, em parceria com o Município de Ansião e associações locais, o certame volta a apostar num modelo que privilegia os produtos endógenos e a colaboração das colectividades da terra. “Este registo com as associações funciona completamente diferente do que se fosse com restaurantes ou empresários cujo único objectivo fosse o lucro. Aqui, o foco é que as pessoas saiam bem servidas”, garante David Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Santiago da Guarda.

Este ano, a logística manteve-se concentrada em dois dias, depois de uma tentativa de alargar o evento a sexta-feira. “Tentámos começar na sexta, mas as associações acharam que não justificava, porque são voluntários, estão a trabalhar, e seria uma carga logística difícil para eles. Optámos por manter o formato de dois dias, para garantir a qualidade do serviço”, explica o autarca.

Gastronomia e animação

O festival arranca no sábado (29), pelas 19h00, com uma prova de produtos endógenos, seguindo-se os jantares servidos nas tasquinhas aderentes. O palco recebe, às 19h30, Gabriel Gonçalves, abrindo a programação musical, que se estende noite dentro com os “Os Amigos do Cantar”, vindos directamente da ilha do Porto Santo, às 21h30, e o “Grupo Fonte da Pipa” (Arzila), pelas 23h00. O encerramento da noite fica a cargo de DJ Filipe R.

No domingo (30), as portas do festival reabrem às 10h30, com os almoços nas tasquinhas marcados para as 12h30. A animação musical começa às 15h00 com a Orquestra Ligeira de Ansião, seguida por “Os Unidos da Concertina de Ferreira do Zêzere” às 18h30. Pelas 19h00 regressam os petiscos.

Além da gastronomia, haverá uma mostra de artesanato local, algo que a organização faz questão de preservar: “Santiago da Guarda tem uma ligação histórica ao artesanato. Realizamos uma feira há quase 30 anos e, mesmo com espaço limitado, queremos sempre dar visibilidade ao artesanato da região”, sublinha o autarca.

Da terra e para a terra

O festival assume-se como um motor para dinamizar não só o convívio e a gastronomia, mas também a economia local, já que os produtos utilizados na confecção das refeições são, maioritariamente, adquiridos a produtores da região. “Queremos uma relação de simbiose entre as associações e os nossos produtores e agricultores”, reforça o presidente.

Com um orçamento a rondar os 15.000 euros, suportado essencialmente pela Junta de Freguesia, o evento é uma aposta sustentada: “Temos orçamentos limitados, mas fazemos questão de manter a qualidade, tanto na infra-estrutura, como na programação. Este ano, por exemplo, vamos contar com um grupo vindo do Porto Santo, com quem estabelecemos um acordo de amizade e intercâmbio.”

As expectativas são elevadas, não só pela qualidade do cartaz, mas também pela data escolhida: “Este ano, recuámos duas semanas para fugir à Páscoa e apostámos no último fim-de-semana de Março. Esperamos que o tempo ajude”, admite David Rodrigues.

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]