A região Centro vai ganhar um novo ponto de encontro para caçadores, amantes do mundo rural e entusiastas da natureza. Nos dias 26 e 27 de Abril, a aldeia de Degracias (Soure) acolhe a primeira edição da Feira da Caça Terras de Sicó, um evento inovador que promete marcar o panorama cinegético nacional. Com entrada gratuita, a iniciativa conta com o apoio das seis câmaras municipais do território, e diversas federações de caçadores, além de clubes e associações locais.
Edgar Nogueira, mentor do projecto, explica que a iniciativa surgiu da ausência de uma feira de referência na Zona Centro. “Frequento muitas feiras de caça em Espanha, onde todas as cidades têm um grande evento dedicado ao mundo rural e à caça. Em Portugal não havia nada de relevo nesta região. Decidimos criar um evento à escala nacional, que representasse os caçadores e o mundo rural”, destaca.
De acordo com o jovem caçador, a feira estará dividida em quatro grandes vertentes, que inclui exposição de artigos de caça, agricultura e restauração, “com uma tenda gigante de cerca de 1.000 metros quadrados, onde estarão presentes mais de 30 expositores”, exposição canina, “onde teremos um espaço dedicado às raças de cães de caça e criadores, com capacidade para mais de 60 boxes”, uma Prova Santo Huberto, “que se trata de uma competição de caça realizada no concelho de Ansião, com jurados” e ainda uma prova de tiro aos pratos, que “se vai realizar no campo de tiro de Condeixa, organizada pelo Clube de Caçadores local”.
Ao que parece, “a feira gerou um grande entusiasmo desde o lançamento do cartaz”, registando mais de 51.000 visualizações nas primeiras 24 horas. “Não foi preciso contactar muitas marcas, uma vez que elas próprias nos procuraram”, revela Edgar Nogueira. Actualmente, mais de 70% do espaço expositivo está ocupado, com participação confirmada de criadores e expositores do Algarve, Trás-os-Montes e outras regiões do país.
Nova geração de caçadores
A inclusão feminina na caça será um dos destaques do evento. “Vamos homenagear três mulheres matilheiras que se destacam no mundo da caça maior”, explica o mentor do projecto. A feira também vai reconhecer três jovens caçadores, reforçando a aposta na continuidade da tradição cinegética em Portugal.
Embora a primeira edição aconteça em Degracias, a organização pretende que a feira se mantenha dinâmica e aberta a diferentes locais da região Centro nos anos seguintes. “Queremos que esta Feira da Caça seja um ponto de encontro para todos os caçadores e entusiastas do mundo rural, independente da localização”, reforça Edgar Nogueira.
A Feira da Caça pretende não só promover a tradição cinegética, como também impulsionar a economia local. Restaurantes, alojamentos e comércio regional beneficiam do aumento do fluxo de visitantes, dinamizando o turismo rural na região. O evento quer consolidar-se como um factor de desenvolvimento económico, atraindo participantes de várias partes do país. Além disso, Edgar Nogueira destaca o crescente interesse dos jovens pela caça e a relevância da região para a modalidade. “Houve um tempo em que os caçadores eram vistos como os maus da fita, mas hoje em dia isso mudou. A caça está a atrair cada vez mais jovens, incluindo muitas mulheres, e a nossa região tem condições únicas para a prática da modalidade”, sublinha.
Bênção dos animais
Em jeito de antevisão, o jovem sourense adianta que “no domingo de manhã, um dos momentos altos será a bênção dos animais, numa procissão até à igreja matriz de Degracias”, e explica que “qualquer pessoa pode participar deste evento, e trazer os seus animais, sejam de caça ou companhia”, convida. Durante o evento, o público pode contar com animação de rua, gaiteiros, concertinas e música ambiente durante as refeições.
Com um programa diversificado e o apoio de entidades de renome no sector, esta “Feira da Caça tem tudo para se tornar uma referência no panorama cinegético e rural português” uma vez que é “um evento feito de caçadores para caçadores, conclui Edgar Nogueira. Resta agora esperar pelo fim de Abril para viver esta grande celebração da tradição rural.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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