O Ciclo de Teatro do concelho de Soure está de regresso com uma programação diversificada, com que pretende reforçar o compromisso com a promoção cultural e a dinamização das freguesias. Para Teresa Pedrosa, vereadora responsável pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Soure, o evento destaca-se não apenas pela qualidade das peças apresentadas, mas também pelo ressurgimento de duas companhias amadoras que retomaram a actividade: o grupo Parras da Vinha, da Vinha da Rainha, e Artes de Palco, de Vila Nova de Anços.
A autarca sublinha a importância desta iniciativa para revitalizar a oferta cultural local e envolver activamente as comunidades. “O objectivo do ciclo de teatro é dar visibilidade ao trabalho que é feito pelos grupos de teatro que existem e que estão activos no concelho. Além disso, promove-se uma descentralização cultural, levando o teatro às freguesias”, destaca.
O programa arranca já este domingo (12), após uma pausa estratégica “para as celebrações natalícias”, com a peça “O Pranto” de Gil Vicente, apresentada pelo grupo Teatro do Meio (TEAM), na sede da Associação Cimeirense de Solidariedade Social. A 25 de Janeiro, a Casa do Povo de Vila Nova de Anços recebe a peça “Guerras Curtas” de Luís Mourão, interpretada pelo grupo Trai-La-Ró. Já a 26 de Janeiro, a Associação da Granja do Ulmeiro recebe em palco “O Testamento do Ti Vicente”, protagonizada pelo grupo Artes de Palco.
Em Fevereiro, as apresentações continuam na sede da Associação Recreativa e Cultural de Pedrogão do Pranto, com “O Ladrão do Ganso” de Dario Fo, no dia 2, a cargo do grupo da Associação Instrução e Recreio 1º Maio Alfarelense. A 9 de Fevereiro, o grupo Parras da Vinha apresenta “Mar”, uma adaptação do texto de Miguel Torga para “Canto da Sereia”, a ter lugar na Associação Recreativa e Musical do Carvalhal de Azóia. A peça repete-se no dia 16, desta vez no Salão Polivalente da Freguesia de Tapéus. Outro destaque é a apresentação, a 15 de Fevereiro, de “O Testamento do Ti Vicente”, novamente pelo grupo Artes de Palco, que se apresentam na Associação Instrução e Recreio 1º Maio Alfarelense.
Um dos principais objectivos deste ciclo de teatro é “fomentar o intercâmbio cultural entre freguesias, evitando que os grupos actuem apenas nas suas localidades de origem”. Segundo Teresa Pedrosa, esta troca cria “dinâmicas enriquecedoras tanto para os artistas quanto para o público”.
Além disso, a vereadora destaca a escolha das tardes de domingo para a maioria das apresentações, reconhecendo as necessidades de uma população mais idosa e as limitações impostas pelas noites frias de Inverno. “Sabemos que, nesta fase do ano, é mais confortável para o público assistir às peças durante a tarde”, explica.
O Ciclo de Teatro de Soure é mais do que um evento cultural, “é uma celebração da criatividade local, um incentivo à participação comunitária e uma demonstração de que a cultura pode ser acessível a todos”. Com casa cheia em edições anteriores, as expectativas para este ano mantêm-se elevadas.
O evento culmina no dia 16 de Fevereiro, encerrando mais uma edição bem-sucedida e lançando as bases para novos projectos culturais no concelho de Soure. “Este ciclo é um exemplo de como a cultura pode unir pessoas, quebrar barreiras e trazer vida às nossas freguesias”, conclui Teresa Pedrosa.
Grupo Artes de Palco regressa aos espectáculos com novo fôlego
Após um período de três anos de inactividade, devido à pandemia por COVID-19, o Grupo Artes de Palco (GAP) da Casa do Povo de Vila Nova de Anços voltou aos ensaios e às apresentações. Traz consigo novas energias e um renovado compromisso com a promoção da cultura local. A retoma oficial ocorreu em meados de 2023, e desde então, o grupo tem trabalhado arduamente para devolver ao público momentos de diversão e reflexão.
Segundo João Cruz, elemento da direcção do GAP, com a pandemia “ainda se levaram a efeito ensaios por videoconferência, mas a representação nestas condições revelou-se muito difícil.”
O GAP conta actualmente com “cerca de 50 elementos, entre actores, ensaiadores, músicos, aderecistas, contra-regras, operadores de som e iluminação”. O grupo apresenta uma diversidade geracional notável, com idades que vão dos cinco aos 82 anos e após a ‘pausa’, “surgiram vários elementos novos neste retomar de actividade.”
A acção do Município de Soure, com o Ciclo de Teatro, foi um factor motivacional importante para a retoma das actividades. “A iniciativa do Município de Soure em levar o teatro a todas as freguesias contribui bastante para que se retomasse a actividade teatral. No entanto, não foram esquecidos os programas de variedades, com a participação de jovens e adultos”, garante o responsável.
Actualmente, o grupo ensaia no salão da Casa do Povo de Vila Nova de Anços, com sessões semanais: às terças-feiras à noite para adultos e aos sábados à tarde para os mais jovens. Em preparação está já a peça “Os vizinhos do rés-do-chão”, que promete estrear em breve.
Para aqueles que queiram juntar-se ao GAP, o convite está aberto. “Podem contactar qualquer elemento da direcção do Grupo Artes de Palco ou dirigir-se à secretaria da Casa do Povo”. O Grupo terá “muito gosto em receber novos elementos”, assegura.
Com uma história que remonta ao século XIX e um legado cultural inegável, o Grupo Artes de Palco de Vila Nova de Anços está de volta “para continuar a encantar plateias e fortalecer a identidade cultural da região”, remata.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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