Filho de pai jornalista e uma infância e juventude embrenhada nos jornais, desde cedo Pedro Pimpão, o jurista de 44 anos que desde 2021 preside à Câmara Municipal de Pombal, começou a escrever artigos de opinião para jornais, sobretudo os da terra natal, alargando depois também a colaboração a outros meios da região.

São textos de crónicas de duas décadas na imprensa local e regional que Pedro Pimpão decidiu compilar para a edição do livro ‘Cartas Pombalinas’, que lançou no passado sábado (18), em Pombal.

A ideia vinha a fervilhar há alguns anos e despertou no tempo lento da pandemia de covid-19, tendo a perda de seu pai, o saudoso Pimpão dos Santos, em meados de 2022, sido decisiva para a sua concretização.

“O meu pai foi uma pessoa que se dedicou muito à comunidade e entendia que um órgão de comunicação social, nomeadamente local, tinha um papel muito importante na sua dinamização, de poder partilhar os pontos de vista das pessoas, de diferentes origens político-partidárias, mas também as diversas vivências associativas, culturais, e económicas, e por isso, naquela altura, senti que tinha o dever de lhe prestar um tributo. Esta foi a forma que encontrei de agradecer ao meu pai o que fez pela comunicação social, porque ele privou-se de muita coisa para que o jornal [O Correio de Pombal, entretanto extinto] continuasse”, realçou Pedro Pimpão ao TERRAS DE SICÓ, à margem da sessão de apresentação do livro, que lotou de gente a sala do Café-Concerto, na cidade pombalense.

Para o antigo deputado e agora autarca, “com estes 20 anos de escritos, de artigos, de pensamentos, de reflexões, há também uma retrospectiva da vida e a evolução que tive enquanto cidadão, o que fui fazendo na minha vida e, igualmente, o papel que a comunicação social desempenha e que é muito valioso”, frisou.

O livro ‘Cartas Pombalinas’, com prefácio de Luís Marques Mendes, começa com textos publicados em 2004 no já extinto jornal O Eco e termina com um artigo para o TERRAS DE SICÓ, em Outubro de 2023, sobre a qualificação e valorização dos produtos endógenos neste território.

Ao intervir na sessão, Marques Mendes destacou a “oportunidade singular” de um livro que foi preparado e que surgiu a público numa altura em que se assinala meio século da ‘Revolução dos Cravos’. “Porque 50 anos do 25 de Abril é celebrar a liberdade, a democracia e o poder local democrático. O que tem tudo a ver com o Pedro Pimpão”, enalteceu o comentador televisivo, considerando o autor “um homem de causas”. “Causas nobres, causas dignas, causas justas, causas solidárias, causas de interesse público”, elogiou o antigo líder do PSD.

Os lucros da venda do livro revertem na totalidade para a Cercipom – Cooperativa de Ensino e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Pombal.

LUÍS CARLOS MELO

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]