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Penela: ABA sensibiliza para benefícios da bioenergia avançada

26 de Janeiro 2025

A Associação de Bioenergia Avançada (ABA), sediada em Penela e criada em 2019 para promover a bioenergia na transição energética para a economia circular tem vindo a cumprir “de forma consistente o seu propósito fundacional, procurando activamente contribuir de forma significativa para a descarbonização de Portugal”.

“Neste sentido, temos trabalhado na sensibilização para os benefícios ambientais e económicos da bioenergia avançada, incentivando a transição para fontes de energia mais sustentáveis e inovadoras”, refere ao TERRAS DE SICÓ a secretária-geral daquela associação, Ana Calhôa.

Uma parceria com a Universidade Autónoma de Lisboa para promover uma pós-graduação com foco na descarbonização da indústria, edifícios e transportes; a divulgação de um relatório semestral para dar a conhecer a bioenergia avançada e a evolução do mercado nacional; a realização do ‘B+ Summit’, um evento que visa abrir o diálogo em torno da bioenergia avançada e reúne os principais actores do sector, desde empresas até investigadores e decisores políticos; bem como o estabelecer de parcerias e o contacto directo com os principais ‘players’ e decisores do sector, contam-se entre as iniciativas desenvolvidas ao longo dos últimos anos.

“Estas acções permitiram criar uma rede sólida de entidades envolvidas na investigação, desenvolvimento e implementação de tecnologias de bioenergia avançada, contribuindo para o aumento da sua utilização no país e consequente rumo a uma economia mais verde”, frisa a dirigente, realçando o “esforço contínuo” na angariação de associados dentro do sector.

Para Ana Calhôa, a criação da ABA “partiu da necessidade fundamental de conferir representatividade à bioenergia avançada, tornando a tarefa de encontrar parceiros para promover a transição energética e a economia circular mais simples”.

A escolha de Penela e do HIESE (Habitat de Inovação Empresarial nos Sectores Estratégicos) para sediar a associação foi motivada por “vários factores estratégicos e relevantes” para os objectivos da ABA, nomeadamente, “a intenção de valorizar o interior de Portugal e apostar na descentralização, dando protagonismo a uma região com enorme potencial”.

“Penela destacou-se como a escolha ideal não só pela sua localização central, que facilita a ligação a diferentes partes do país, mas também pelo facto de contar com infra-estruturas inovadoras, como o HIESE, incubadora que tem sido essencial para fomentar projectos empreendedores e promover o talento local, demonstrando que há uma forte capacidade de inovação e recursos humanos qualificados na região”, enfatiza a secretária-geral da ABA, reforçando que a decisão “reflecte uma aposta consciente no equilíbrio territorial e numa visão de desenvolvimento sustentável e descentralização”.

Passos rumo à descarbonização

Sobre o caminho ainda a percorrer, Ana Calhôa defende que Portugal tem dado “largos passos” rumo à descarbonização e “na ABA, orgulhamo-nos de poder fazer parte deste percurso de forma activa”.

“Ainda existe um caminho significativo a percorrer, especialmente na desmistificação de alguns equívocos acerca desta solução energética, em concreto como é produzida, qual a sua performance e o investimento necessário para a sua implementação, na explicação das suas vantagens em comparação com outras fontes de energia, bem como no aumento da aceitação por parte da sociedade”, afirma a secretária -geral.

Ana Calhôa explica que a ABA procura sensibilizar “não apenas os cidadãos, como os actores do sector energético, dos transportes pesados e da indústria, com o objectivo de divulgar as vantagens ambientais e económicas da bioenergia avançada”.

Deite os mitos por água abaixo, não o óleo

Empenhada em clarificar o “papel fundamental” que a bioenergia avançada desempenha na transição energética global e no combate às alterações climáticas, a Associação de Bioenergia Avançada (ABA) desmistifica algumas ideias erradas que podem dificultar a compreensão e a valorização desta solução sustentável.

Mitos e factos, segundo a ABA:

 # Mito: o óleo alimentar usado não tem valor e pode ser descartado pelo ralo

Facto: longe de ser um resíduo sem utilidade, o óleo alimentar usado (OAU) é uma matéria-prima valiosa na produção de biocombustíveis avançados. Além disso, as descargas de óleo usado em sistemas de esgotos são extremamente prejudiciais, provocando entupimentos e poluição. De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente, um só litro de óleo alimentar polui cerca de um milhão de litros de água. Reaproveitar este resíduo, ao colocar os OAU nos respectivos leões, ajuda a prevenir a contaminação de águas e solos e contribui para a criação de combustíveis verdes, reduzindo significativamente as emissões de carbono.

# Mito: a bioenergia avançada compete com a produção de alimentos

Facto: ao contrário de alguns biocombustíveis de primeira geração, a bioenergia avançada não cultiva matéria-prima para a sua produção, mas utiliza resíduos como óleos alimentares usados, gorduras animais, molhos fora do prazo, margarinas, borras de café, que, de outra forma, seriam desperdiçados. Isto significa que a produção de bioenergia avançada não dispõe de terras agrícolas destinadas a plantar alimentos nem compete com culturas alimentares.

# Mito: os biocombustíveis avançados ainda são poluentes

Facto: a produção de biocombustíveis de resíduos e outros avançados contribui para reduzir entre os 84% e 97% das emissões de gases de efeito estufa, sendo que a sua utilização no setor dos transportes e na indústria é essencial para atingir as metas climáticas europeias delineadas.

# Mito: os resíduos não conseguem gerar energia suficiente

Facto: os avanços tecnológicos tornaram possível a conversão de resíduos em biocombustíveis altamente eficientes e competitivos. Actualmente, os resíduos podem ser transformados em fontes de energia limpa, contribuindo significativamente para o abastecimento energético global e fortalecendo um mix energético mais sustentável.

# Mito: a incorporação da bioenergia avançada requer novas infra-estruturas

Facto: os biocombustíveis avançados podem ser incorporados nas redes de abastecimento e veículos com motores a combustão já existentes, sem necessidade de investir em novas infra-estruturas. Esta compatibilidade faz da bioenergia avançada uma solução prática e economicamente vantajosa para acelerar a transição energética.

# Mito: os biocombustíveis avançados estragam a performance dos veículos

Facto: os biocombustíveis avançados são projectados para igualar o desempenho dos combustíveis fósseis em motores modernos, sendo que, além de serem sustentáveis, garantem eficiência energética sem comprometer a durabilidade ou a potência dos veículos. A bioenergia avançada representa um dos pilares da transição energética, permitindo a descarbonização de sectores como os transportes pesados e a indústria.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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