A Câmara Municipal de Pombal aprovou um plano de acção que visa impedir o aumento exponencial da actividade extractiva no concelho, para assegurar o equilíbrio entre o interesse público e a preservação dos recursos naturais.
Segundo uma nota de imprensa, têm chegado ao Município de Pombal um aumento exponencial de pedidos de prospecção e pesquisa para o território, o que levou a autarquia a adoptar “uma posição mais firme, contra novas concessões em áreas de exploração florestal, exigindo maior clareza e acompanhamento das actividades extractivas”.
Reconhecendo que “a legislação em vigor não confere poderes aos municípios na gestão dos depósitos minerais, considerados de interesse nacional, e limita as possibilidades de emissão de pareceres desfavoráveis à atribuição”, o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão (PSD), defendeu que “se devem tomar medidas que permitam garantir o equilíbrio entre explorações e a sustentabilidade desses recursos naturais, de forma a tornar Pombal um concelho mais atractivo e competitivo a nível empresarial e logístico”.
Citado na nota de imprensa, o autarca acrescentou que se deve “valorizar de forma integrada os recursos naturais, assumir Pombal como um destino de turismo de natureza e melhorar a qualidade de vida da população”.
Para Pedro Pimpão, “a actuação das autarquias é limitada a uma pronúncia meramente técnica, sustentada nos instrumentos legais em vigor”.
Contudo, considerou que “o aumento do número de pedidos de prospecção e pesquisa no território, constitutivo de direitos de concessão de exploração, impõem uma pronúncia política mais vincada”.
O plano de acção para controlar o aumento desenfreado de pedidos de prospecção e pesquisa de minerais no concelho foi aprovado na última reunião de executivo e contempla um pedido de reunião, com carácter de urgência, com a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Prevê também a definição de medidas de regulação dos recursos geológicos, de modo a garantir a continuidade de sustentabilidade social, ambiental e intergeracional, tal como previsto na estratégia de desenvolvimento preconizada no Plano Director Municipal (PDM) de Pombal.
De entre as várias medidas aprovadas, que serão remetidas à Assembleia Municipal para apreciação e votação, estão, entre outras, a “emissão de parecer desfavorável, pela Câmara Municipal, para todos os pedidos que se localizem fora das áreas classificadas no PDM como Espaços de Recursos Energéticos e Geológicos, o qual assume carácter vinculativo”.
Também todos os pareceres a emitir deverão ter em consideração “que a recuperação paisagística e ambiental deve ser obrigatoriamente faseada com a lavra e todos os núcleos extractivos devem ser recuperados integralmente, antes da abertura de novas frentes de desmonte”.
Quanto às explorações já existentes, apenas deverá ser permitida a exploração de um núcleo de cada vez. A sua completa recuperação ambiental e paisagística terá de ser “uma premissa para avançar para o próximo núcleo de exploração.
Determinar a reavaliação dos pareceres emitidos pela Câmara Municipal, para os sete pedidos de prospecção e pesquisa, a decorrer na DGEG, é outra das medidas definidas.
O documento, que será enviado à DGEG, prevê ainda uma proposta de alterações urgentes ao Regime Jurídico dos Depósitos Minerais a propor junto da Assembleia da República.
Para o efeito, a autarquia irá remeter o referido plano de acção à Associação Nacional de Municípios Portugueses para poder exercer maior pressão junto dos respectivos grupos parlamentares com vista às alterações legislativas sugeridas.
“O Município de Pombal estará sempre ao lado da comunidade para propugnar pela qualidade de vida e bem-estar da sua população, pelo equilíbrio das explorações de recursos geológicos e pela sustentabilidade dos recursos naturais existentes no nosso território”, frisou Pedro Pimpão.
Lusa
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