Manuel Branquinho vai deixar de ser, dentro de dias, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Condeixa, saindo por razões pessoais a meio do mandato para o qual foi eleito há dois anos. O vice-provedor Paulo Simões assume a liderança da instituição a partir do próximo mês.
No cargo há 16 anos, e após mais cinco nas funções de tesoureiro, Manuel Branquinho deixa agora a Misericórdia por indisponibilidade de tempo para se dedicar à causa, dada a necessidade de prestar apoio permanente a um familiar doente.
Com a saída do provedor, “os estatutos prevêem isso, o vice-provedor passa a provedor”, e, assim, Paulo Simões, também presidente da União das Freguesias de Condeixa-a-Velha e Condeixa-a-Nova, passa a dirigir a instituição, e cada um dos membros da mesa administrativa sobe um lugar na hierarquia. António Couceiro Rodrigues vai assumir a vice-provedoria, sendo chamado a funções na direcção o primeiro suplente, Avelino Santos.
“Acho que deixo a Santa Casa bem. É certo que esta e outras instituições estão a atravessar um período difícil, que vem dos tempos da pandemia de covid, em que perdemos muita sustentabilidade. Ainda estamos em fase de recuperação, mas a recuperar bem”, refere o ainda provedor.
A instituição, que emprega cerca de 150 pessoas e regista um orçamento anual a rondar os dois milhões e meio de euros, tem em funcionamento as valências de lar residencial para idosos, dois centros de dia, serviço de apoio domiciliário, centro de apoio residencial e duas creches, servindo mais de 600 refeições diárias.
A construção da cozinha central, inaugurada em 2019 e que serve as várias valências, é a obra que Manuel Branquinho destaca dos seus anos de liderança e que “custou de mais de 700.000 euros, com a Santa Casa a suportou todos os custos. Não tivemos apoio de ninguém”, enfatiza.
“Não esqueço a riqueza humana que ganhei na Santa Casa, os conhecimentos que adquiri. Tive também problemas, sobretudo nos últimos anos, mas foi uma experiência pessoal muito rica”, frisa o dirigente na hora da saída de “consciência completamente tranquila, pois acho que no fundamental cumpri com uma missão”, num “trabalho voluntário”. “Nunca tive um cartão bancário, nunca tive carro, nunca tive nada. Nem eu, nem os meus colegas, diga-se de passagem”, reforça em declarações ao TERRAS DE SICÓ.
A necessitar de requalificação “urgente” Manuel Branquinho deixa as instalações mais antigas do lar de idosos [Estrutura Residencial para Pessoas Idosos], uma obra que não andará longe de um investimento de dois milhões de euros, mas que “sem apoios comunitários não conseguiremos fazê-lo”.
O presidente da assembleia-geral da Misericórdia de Condeixa, José Magalhães Castela, dá posse ao novo provedor Paulo Simões no próximo dia 3 de Janeiro, para os dois anos que restam do mandato dos actuais órgãos gerentes.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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