“A corrida das folhas” é o título do primeiro livro infantil de Joana Godinho, onde convida os leitores a embarcarem numa viagem sensorial de Outono, que tem como pano de fundo a floresta que ainda recorda ou imagina.
“Este livro reflecte muito a minha paixão pelo Outono, adoro o som das folhas estaladiças, o que tem a ver com a minha experiência sensorial, uma vez que estou cega há 20 anos”, destacou.
Em declarações à agência Lusa, Joana Godinho, residente numa freguesia do concelho de Coimbra, explicou que para além de ter escrito o livro, também projectou as ilustrações.
“Não foi fácil, a projecção das ilustrações foi mesmo como escrever outra história! À medida que fui fazendo o livro criei ideias na minha cabeça e fui descrevendo aquilo que imaginava, para que depois o ilustrador pudesse pegar e desenhar”, referiu.
Segundo a autora, com quase 41 anos, as folhas das árvores – uma amarela, outra castanha, vermelha e verde – são as protagonistas, juntando-se à história “o senhor vento”.
“Tudo se desenrola à volta de uma corrida, entre as folhas e o vento, o que encontramos quando fazemos uma bela caminhada pela floresta. Aqui fala-se de sensações, números, cores, e cada folha teve inspiração em árvores autóctones do nosso país, como o castanheiro e a oliveira”, descreveu.
Para além de uma viagem pela floresta, onde embarcam as crianças, com os seus pais ou avós, este conto infantil permite ainda dar importância às relações de amizade e ao “participar e viver alegremente o momento, com a vivência das sensações que nos rodeiam”.
À agência Lusa, Joana Godinho disse ainda que gostaria muito que o seu livro “pudesse ajudar o meio educativo”, uma vez que “há poucas histórias de Outono”.
“Especialmente escritos por escritores portugueses. E os que há são pouco sensoriais”, acrescentou.
O livro infantil “A corrida das folhas” será apresentado na manhã do dia 8 de Dezembro, em Condeixa, na Quinta do Clero.
“O esboço do livro foi escrito quando estava grávida do meu segundo filho, que tem agora ano e meio. O meu filho mais velho era muito pequenino e queria deixar-lhe uma história, para o pai lhe ler, quando estivesse na maternidade”, recordou.
Na altura, foi o marido quem fez os primeiros desenhos que se juntaram à sua história.
“Imprimi tudo e foram estes os primeiros passos deste livro. Só depois fui encorajada a enviar para a editora, que o aceitou”, concluiu.
Lusa
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