A vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) Alexandra Rodrigues destacou hoje que os municípios estão a convergir para alcançar as metas dos objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS), embora haja muito caminho a percorrer.
“O que eu penso que é importante é que naquilo que é o pensamento estratégico e naquilo que é a estratégia de actuação, neste caso, por exemplo, dos municípios, se esteja a procurar o mais possível convergir para estas metas, porque temos consciência de que há muito caminho a percorrer”, afirmou Alexandra Rodrigues.
A dirigente falava à agência Lusa a propósito da 4.ª conferência anual da Plataforma ODSlocal, que se realiza em Pombal (Leiria), na tarde de sexta-feira, com o tema “Partilhar Experiências, Transformar Futuros”.
Na conferência vão ser apresentadas e distinguidas iniciativas de autarquias e agentes da sociedade civil que se destacam pelo seu contributo para o desenvolvimento sustentável.
Esta plataforma visa mobilizar municípios e outras entidades para a concretização, a nível local, dos ODS propostos pela Agenda 2030 das Nações Unidas.
São 17 os ODS e incluem, por exemplo, a erradicação da pobreza e da fome, saúde e educação de qualidade, igualdade de género, água potável e saneamento, energias renováveis e acessíveis, trabalho digno, redução das desigualdades, comunidades sustentáveis, e paz, justiça e instituições eficazes. Cada ODS tem, depois, diversas metas, no total de 169.
A plataforma tem registados 32 aderentes dos 100 municípios da Região Centro, num total de 126 municípios ODSlocal no país.
A anteceder a conferência, realiza-se, na manhã desse dia, uma acção de capitação da CCDRC, prevendo-se a presença de cerca de meia centena de participantes de autarquias e comunidades intermunicipais.
A vice-presidente da CCDRC reconheceu que em matéria de cumprimento dos ODS a região apresenta “várias velocidades, como são praticamente todas”.
“Dificilmente encontraremos um território onde esteja tudo a convergir pela positiva para as 169 metas que foram definidas na Agenda 2030, da mesma forma que dificilmente encontramos um território que tenha apenas tendências regressivas”, observou.
Segundo Alexandra Rodrigues, a Região Centro está “a evoluir de forma diferenciada em algumas das áreas relevantes” dos ODS, apontando pela negativa a “proporção de resíduos urbanos preparados para reutilização e reciclagem”, meta que em que é preciso um grande incremento.
Pela positiva, elencou projectos no âmbito da educação, como o número crescente de crianças no pré-escolar e o aumento da proporção de jovens e adultos com estudos superiores.
Questionada se essa evolução diferenciada se deve à falta de interesse ou capacidade dos municípios para implementar os ODS, Alexandra Rodrigues respondeu que “algumas das metas e dos objectivos que estão definidos para 2030 são muito exigentes do ponto de vista do desenvolvimento que exigem aos diferentes territórios”, seja municípios, comunidades intermunicipais, regiões ou países.
Sobre o que gostaria de ver alcançado em 2030, a vice-presidente declarou que “os actores políticos tivessem consciência” de que há “todo um trabalho de articulação e de monitorização, de sensibilização a fazer”.
“Significa que todos temos consciência de que estamos ainda longe em algumas das áreas, mas só com um trabalho concertado, com maior preocupação de coesão, poderemos contribuir para esses indicadores”, acrescentou Alexandra Rodrigues
Nesse sentido, salientou a importância dos eventos de capacitação, pois alarga-se “a preocupação a todos os actores”, sejam decisores políticos ou outras pessoas, “porque algumas destas matérias exigem alterações de comportamento individuais”.
“Cada um de nós tem de, de alguma forma, tentar contribuir para este desígnio de uma agenda sustentável”, defendeu.
LUSA
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