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Rede de Aldeias de Calcário quer conciliar inovação com preservação do património

26 de Outubro 2024

“Queremos que estas aldeias sejam inovadoras, com tecnologia e soluções sustentáveis, mas sem comprometer o património. Acreditamos que podemos ser pioneiros e atrair investimento, ao mesmo tempo que protegemos a identidade das aldeias”, afirma João Paulo Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Alvaiázere e da Associação Terras de Sicó.

Esta visão está no centro do projecto da Rede de Aldeias de Calcário, que se prepara para criar um conjunto de regras associadas a novas construções e reabilitações que respeitem a autenticidade arquitectónica e cultural das localidades envolvidas. A iniciativa surge da necessidade de proteger o carácter único das aldeias, ao mesmo tempo que se promove o desenvolvimento sustentável da região.

João Paulo Guerreiro sublinha que este projecto é uma oportunidade ímpar para revitalizar o território, mas alerta para a importância de manter a identidade das aldeias de calcário. “Temos de definir as características básicas de uma aldeia de calcário que possa integrar a rede. Não pode ser apenas uma aldeia situada no maciço calcário, deve preservar a sua arquitectura e tradições, e é fundamental que existam regras claras para garantir isso”, afirma o autarca.

Estas novas regras, ainda em fase de desenvolvimento, pretendem evitar a construção de edifícios que não respeitem o estilo tradicional da região, como explica o autarca, dando conta de que “é necessário que haja um caderno de encargos bem definido, para que as novas construções ou reabilitações não descaracterizem as aldeias. Precisamos de planeamento territorial que respeite o que torna estas aldeias únicas.”

Também Pedro Alves, presidente da Junta de Freguesia de Cumieira (Penela), reforça a importância desta regulamentação para proteger aldeias como Cabeça Redonda, que já integra a rede. “Temos assistido a um aumento de novas construções, e é crucial que estas respeitem as tradições locais, uma vez que não existem directrizes para evitar o que chamamos de ‘abominações arquitectónicas’, e para que as aldeias mantenham o seu traço original, como os famosos muros de pedra seca”, destaca.

João Paulo Guerreiro acredita que o futuro destas aldeias não passa apenas pela preservação do passado, mas também pela inovação, ao incorporar tecnologia e promover o conceito de “Smart Villages: queremos que estas aldeias sejam inovadoras, sem comprometer o património. Acreditamos que podemos ser pioneiros e atrair investimento, ao mesmo tempo que protegemos a identidade das aldeias”, conclui.

A implementação de regras para as novas construções e reabilitações nas Aldeias de Calcário visa garantir que o desenvolvimento da região seja harmonioso, que respeite a história e cultura, enquanto se cria condições para atrair mais turistas e investimento para as Terras de Sicó.

 

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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