A Associação Desportiva Pedro Roma deu, recentemente, lugar ao União de Pombal, e o presidente do novo clube, Artur Gonçalves, em entrevista ao TERAS DE SICÓ, afirma que a mudança “reflecte o crescimento e a ambição de tornar o projecto mais inclusivo”. Com 18 equipas e cerca de 300 atletas, a União tem como foco principal a formação de jovens no futebol. A concessão do Campo da Ranha por 20 anos marca um importante avanço para o clube, que promete promover “a união e o desporto na comunidade”.
TERRAS DE SICÓ (TS) – O União de Pombal surge numa derivação da Associação Desportiva Pedro Roma, o que levou a esta mudança?
ARTUR GONÇALVES (AG) – A criação do União de Pombal surgiu de uma evolução natural do que era anteriormente a Associação Desportiva Pedro Roma. Nos últimos anos, a Associação Pedro Roma cresceu consideravelmente e sentimos que o nome já não reflectia a dimensão do projecto. A mudança para a União de Pombal veio como uma forma de abranger mais o nosso trabalho, deixando de estar vinculado a um nome individual e tornando-se um projecto mais colectivo e abrangente. O nosso foco é unir a comunidade, como o próprio nome indica, e dar continuidade ao trabalho que já vínhamos a desenvolver.
TS – Neste caso, trata-se apenas de uma mudança de nome?
AG – Foi uma mudança de conceito. Mantivemos toda a estrutura organizativa que existia na Associação Pedro Roma, mas sentimos que era necessário dar um nome que representasse melhor o que nos tornámos. A organização interna é a mesma, mas agora temos uma visão mais ampla e queremos que o União de Pombal reflicta essa ideia de união, crescimento e inclusão de todos os jovens do concelho.
TS – O que nos leva à próxima questão: que tipo de pessoas compõem esta nova estrutura do União de Pombal?
AG – Temos um grupo muito diversificado. A direcção é composta por cerca de 15 pessoas, vindas de várias áreas profissionais, o que nos traz uma combinação muito rica de competências. Além disso, contamos com um grande número de colaboradores, aproximadamente 80 pessoas, que trabalham como team managers e noutras funções essenciais. São essas pessoas, com a sua dedicação e experiência, que garantem o sucesso do projecto. Cada uma contribui com as suas competências e isso permite-nos manter uma organização muito sólida e estruturada.
TS – Fala-nos de um projecto com grande consistência. Que metas têm agora para o próximo ano e para os próximos anos?
AG – A nossa principal meta é continuar a investir na formação dos jovens, que é o coração deste projecto. Temos 18 equipas, desde os bambis (crianças de 3 a 5 anos) até aos seniores. Recentemente, conseguimos a concessão do Campo da Ranha por 20 anos, o que nos permite continuar a expandir. Com esse campo, podemos organizar mais treinos e jogos, algo que não seria possível sem um espaço próprio para o futebol de onze. Além disso, estamos a modernizar essas instalações com o apoio das autoridades locais.
TS – Esse espaço é um grande avanço para os objectivos do clube?
AG – Sim. Até agora usávamos outros campos da região, mas não eram nossos, o que limitava a nossa capacidade de treinar e organizar jogos. Com o Campo da Ranha, temos uma nova perspectiva de crescimento. A concessão por 20 anos foi uma conquista importante, pois garante a sustentabilidade do projecto e permite-nos planear a longo prazo.
TS – E que tipo de modalidades estão incluídas neste projecto?
AG – Estamos focados exclusivamente no futebol. As nossas equipas vão desde os bambis até aos seniores, abrangendo todas as faixas etárias. Actualmente temos cerca de 300 atletas, mas, como disse, a nossa prioridade é a qualidade da formação. Se conseguirmos garantir espaço e infra-estruturas, podemos crescer ainda mais, mas queremos fazê-lo de forma estruturada.
TS – O futebol feminino também faz parte dos vossos planos?
AG – Neste momento, não temos uma equipa de futebol feminino. Há associações na região que trabalham muito bem com essa modalidade, como o Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Pombal ou o Grupo Desportivo da Ilha, e preferimos apoiar essas organizações. Se tivermos alguma atleta feminina que queira crescer no futebol, nós aconselhamos que sigam para essas associações. O nosso foco agora é consolidar as equipas existentes e melhorar a formação masculina.
TS – Nesse caso, pode dizer-se que o foco principal está no desenvolvimento do futebol, mas também têm um papel importante no desenvolvimento pessoal dos jovens. Como é que o União de Pombal contribui para isso?
AG – Acreditamos que o desporto colectivo, como o futebol, é uma ferramenta fundamental no crescimento dos jovens. Além das habilidades técnicas, o futebol ensina valores como o trabalho em equipa, o respeito pelos outros e a capacidade de lidar com erros e derrotas. Os pais confiam-nos os seus filhos e, por isso, temos uma grande responsabilidade em garantir que estão a receber a melhor formação possível, tanto no campo como fora dele. Queremos formar bons jogadores, mas também boas pessoas.
TS – A importância da formação é, sem dúvida, um ponto forte do vosso projecto. E em termos de financiamento? Como é que conseguem garantir a sustentabilidade a longo prazo?
AG – O financiamento é sempre um desafio, mas, felizmente, temos conseguido o apoio necessário. Recebemos o mesmo apoio financeiro que outros clubes da região, mas o nosso grande objectivo é rentabilizar o nosso próprio espaço. Com o Campo da Ranha, por exemplo, podemos gerar receitas através do bar e de eventos, o que ajuda a financiar as nossas actividades. Além disso, os patrocínios são uma parte fundamental do nosso financiamento, e estamos constantemente a trabalhar para aumentar essa rede de apoio.
TS – Quais são as vossas perspectivas para o futuro do União de Pombal?
AG – O nosso objectivo é continuar a crescer de forma sustentável. Não estamos a tentar competir com outros clubes ou roubar atletas. Queremos que o crescimento seja natural, resultado da qualidade da formação e da confiança que as famílias depositam em nós. O nosso grande projecto para o futuro imediato é continuar a trabalhar no desenvolvimento do Campo da Ranha, e para isso contamos com diversos apoios, como da junta de freguesia e da câmara, estamos a modernizar as infra-estruturas para oferecer as melhores condições aos nossos atletas. Vamos continuar a crescer e a formar jovens, sempre com o mesmo objectivo: unir a comunidade em torno do desporto e da formação. Esse é o nosso foco.
TS – E dentro deste crescimento natural, acredita que o clube poderá ser um dos grandes impulsionadores do desporto local?
AG – Sem dúvida. O nosso lema é unir, e é isso que queremos fazer. Queremos ser uma referência no concelho, não só pela formação de atletas, mas também pela forma como agregamos pessoas e promovemos o desporto. Já organizamos eventos importantes como o Pombal Cup, que é um sucesso enorme, com a participação de mais de 2.000 atletas, ajudados por mais de 200 voluntários. Isso mostra que estamos a construir algo grande, com a ajuda de toda a comunidade. O Pombal Cup é um evento que atrai equipas de todo o país e até do estrangeiro, e é um grande exemplo do nosso rigor organizativo, uma vez que todos os elementos da nossa direcção estão também eles ligados à organização deste grande evento. É uma forma de mostrar o que somos capazes de fazer e de unir ainda mais a comunidade em torno do desporto. E, claro, é também uma forma de promover o concelho de Pombal como destino desportivo.
ANA LAURA DUARTE
[ENTREVISTA PUBLICADA NA EDIÇÃO IMPRESSA]
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