Numa semana em que os fogos florestais atacaram em força, as autoridades detiveram, só nas Terras de Sicó, quatro pessoas (duas mulheres e dois homens) por suspeita de serem os autores de 13 incêndios que lavraram, entre os dias 12 e 16 deste mês, em três concelhos deste território.
Em Condeixa, a Polícia Judiciária (PJ) deteve uma mulher, de 47 anos, pela presumível autoria de seis incêndios, ocorridos nos passados dias 12, 13, 15 e 16, nas localidades de Sebal (onde reside) e Condeixa.
Segundo o Ministério Público (MP) de Coimbra, a mulher, que ficou em prisão preventiva, terá ateado, na quinta-feira (12), fogo à vegetação rasteira existente junto a um caminho florestal, tendo ardido uma extensão de cerca de quatro hectares de pinhal e eucaliptal.
No dia seguinte (13), noutro caminho florestal, terá ateado fogo ao mato rasteiro ali existente, sendo consumida uma extensão de cerca de 42 metros quadrados de pinhal e eucaliptal.
Já no dia 15, nesse mesmo caminho florestal, “ateou fogo ao mato rasteiro”, junto a um bidão que continha lixo, tendo ardido uma extensão de 32 metros quadrados de silvas e mato.
Na segunda-feira (16), em três momentos e locais distintos, “ateou fogo a vegetação e mato rasteiro ali existentes, o qual alastrou e provocou a deflagração de três incêndios”.
“Em cada uma dessas ocasiões, a arguida abandonou os locais, onde arderam, respectivamente, cerca de 50 metros quadrados de feno, silvas e mato, 10 metros quadrados de fenos rasteiros e mil e quatro metros quadrados de mato, silvas e feno”, acrescentou.
A PJ, que deteve a mulher na passada segunda-feira (16), salientou que “os incêndios acabaram por não assumir proporções mais gravosas devido à rápida e eficaz intervenção dos populares, dos bombeiros e meios aéreos”.
Em Alvaiázere, foi também detida uma mulher de 33 anos, suspeita de atear cinco incêndios florestais em Maçãs de Dona Maria. Os incêndios ocorreram nos dias 13 (dois) e 16 (três).
Segundo as autoridades, a suspeita, a quem também foi decretada a prisão preventiva, utilizou chama directa para provocar os incêndios em zonas com vastas manchas florestais, compostas por mato, pinheiro-bravo, eucalipto e carvalho, situadas perto de áreas urbanas. A sua acção colocou em risco a vida e a integridade física de pessoas, além de ameaçar habitações e florestas com centenas de hectares.
“A rápida e eficaz intervenção dos populares, bombeiros e meios aéreos evitou que os incêndios tomassem proporções mais gravosas,” referiu a Judiciária, que contou na acção com a colaboração da GNR.
Fonte da PJ afirmou à agência Lusa que a mulher, sem antecedentes criminais, terá actuado devido a uma situação de “instabilidade que lhe provoca um impulso que não consegue controlar e que a leva a cometer estes actos”.
Já em Pombal, são dois os detidos. Um homem de 75 anos é suspeito de ter ateado um fogo na localidade de Casal d’Além.
O alerta foi dado após o surgimento de um foco de incêndio, que levou os militares do Posto Territorial de Pombal da GNR ao local. A investigação revelou que o incêndio teve origem numa queima de sobrantes agrícolas que se descontrolou, consumindo uma área de 100 metros quadrados de mato e floresta. “O autor da queima foi rapidamente identificado e detido pelas autoridades”, informou a GNR.
Os trabalhos agrícolas causaram também mossa em Bernardinos, com a deflagração de um fogo que levou à detenção de um outro homem de 36 anos.
O indivíduo estaria a operar uma roçadora, de disco de ferro, “o que provocou a ignição que deu origem ao incêndio que consumiu uma área total de dois hectares e meio de pinhal e eucaliptal”, refere a GNR.
Fora do território de Sicó, fortes incêndios florestais fustigaram o norte e centro do país no decorrer desta semana, deixando um rasto de destruição, pânico e morte, com sete pessoas a perderem a vida, entre elas quatro bombeiros.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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