30 de Abril de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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Penela: Nova confraria quer qualificar e valorizar vinhos de Sicó

6 de Julho 2024

“Ou se altera alguma coisa ou daqui a 20 anos não há vinho Terras de Sicó”. O alerta foi deixado por Raul Costa, grão-mestre (e mentor) da nova Confraria dos Vinhos Terras de Sicó, no decorrer do primeiro Capítulo daquela confraria realizado no passado domingo (30), em Podentes.

Para o dirigente, “é preciso salvar a vinha. Depois de nós, quem é que a continua? Ou tem de valer a pena ou acaba”, previne. Recorrendo e adaptando a letra do hino nacional, Raul Costa, penelense, mas “emigrante em Lisboa”, afirma ser necessário “levantar hoje de novo o esplendor da vinha e do vinho”.

É para contribuir para esse desiderato que surge a confraria que terá sede em Alfafar (Penela). “Queremos tornar a região vitivinícola de Sicó mais conhecida e admirada, qualificar e valorizar os vinhos que aqui se produzem, estudar o terroir de Sicó e as suas características e diferenças, criar um vinho DOC [Denominação de Origem Controlada], formar pessoas para trabalhar melhor o vinho, criar intercâmbios com outros produtores, marcas e países, dinamizar eventos de provas e concursos de vinho, divulgar Sicó e os seus hábitos, costumes e gastronomia por forma a atrair visitantes, enfim, estruturar futuros”, detalhou o grão-mestre sobre os propósitos da nova associação que teve como ‘madrinha’ a Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos.

Na cerimónia, realizada no âmbito da programação de mais uma edição da Vinália e que entronizou alguns dos 21 primeiros confrades, marcaram presença sete outras confrarias convidadas, entre elas a do Queijo do Rabaçal, cujo grão-mestre capitular, Fernando Antunes, teve a missão de proferir a tradicional ‘oração de sapiência’.

“Esta jornada de cultura do nosso vinho tem que ser igualmente um grito afirmativo do drama presente que atinge a nossa agricultura e sentir que temos, cada vez mais, que ser nós a defender as nossas raízes e os valores da ruralidade que envolvem os concelhos e a sub-região onde um dia nascemos e que amamos”, afirmou o antigo autarca.

Para Fernando Antunes, “a caminhada na valorização do vinho feita nas Terras de Sicó nos últimos trinta anos mostra-nos que as pessoas são capazes de ganhar desinibição e muitas são capazes de intervir de forma mais liberta. O pequeno investimento produtivo pode ser atractivo e o nosso vinho como produto regional de qualidade tem que continuar a apostar na formação técnica, na formação profissional e no marketing”, defendeu, considerando a nova confraria “mais um meio para termos voz na defesa do bom vinho Terras de Sicó”.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Penela, Eduardo Santos, realçou a importância de “termos agora uma confraria que defenda este produto, que é de elevada qualidade e tem vindo a crescer ano após ano, que cada vez mais se pretende afirmar como um produto de qualidade”, premiados em vários concursos nacionais e internacionais.

“Vamos ter mais uma voz a defender este produto, a defender o território, e isso é absolutamente determinante”, realçou o autarca.

LUÍS CARLOS MELO

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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