A Associação de Desenvolvimento “Terras de Sicó” é um exemplo primeiro de uma aposta política intermunicipal em torno de um objectivo comum, assente na potenciação das economias de base local, sobretudo da fileira agro tendo como âncora o Queijo Rabaçal.
Referi na sessão de abertura da última EXPOSICÓ e reafirmo, as vezes que forem necessárias, que “a alma deste projecto é a união”.
Desde logo, esta união está bem presente na sua génese assente na relação umbilical entre os seis municípios que integram este projecto colectivo, três do distrito de Leiria (Alvaiázere, Ansião e Pombal) e três do distrito de Coimbra (Condeixa-a-Nova, Penela e Soure), que fazem das suas diferenças e especificadas territoriais, a diversidade e força de uma só região.
Ao longo dos anos e com os apoios dos fundos estruturais na dinamização de projectos para o Mundo Rural, fomos conseguindo alargar a oferta de produtos que hoje dão identidade à marca SICÓ, trazendo à economia sub-regional novos empreendedores, qualificando produtos e produtores, iniciando e dando a prioridade às cadeias curtas de comercialização.
Podemos afirmar que está consolidado o trabalho técnico realizado em torno do processo de qualificação do Queijo Rabaçal DOP e de valorização da sua cadeia de valor. Mais do que um produto, o Queijo Rabaçal é hoje a marca da nossa sub-região, cuja Confraria mantém também viva na sua representação permanente e que, com orgulho, passo a integrar.
Mas, também os restantes produtos, como o mel, azeite, vinho (agora como uma pujança adicional com a criação da Confraria dos Vinhos de Sicó), entre outros, que nos acompanham há séculos, são eles próprios uma herança que urge preservar.
No que concerne ao apoio a pequenos produtores e investimentos nesta região no último quadro comunitário, quanto à componente DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária) Terras de Sicó 2020, foram aprovados, neste período, 156 projectos a que corresponde um investimento total a rondar os 8,7 milhões de euros e uma comparticipação acima dos 3,2 milhões de euros.
De referir que a Terras de Sicó é, actualmente, um dos parceiros, com outros GAL, na implementação do Plano Nacional de Alimentação Equilibrada e Sustentável, articulando o seu posicionamento territorial, uma vez mais, nas comunidades intermunicipais da Região de Coimbra e Região de Leiria.
Por outro lado, no âmbito da valorização das “abordagens territoriais” – Rede Aldeias Calcário, Paisagem Protegida e Classificação pela UNESCO dos muros de pedra seca como património imaterial, foi constituído tecnicamente o LaB.SICÓ, laboratório territorial que reúne outros desafios como a consolidação de uma Rede de Aldeias do Calcário (18 já mapeadas, três por Município) e a constituição de uma área protegida de âmbito regional, estando a ser ultimado um regulamento de gestão a ser submetido às respectivas assembleias municipais.
De realçar ainda que a Terras de Sicó, depois de um intenso processo de preparação, entregou junto da Divisão de Inventário, Classificações e Arquivo e Património Cultural o dossiê técnico de proposta de futura classificação da “arte de construção dos muros de pedra seca” a património cultural imaterial pela UNESCO, um passo decisivo e muito importante em torno deste desígnio maior da nossa região.
Quanto a este novo ciclo financiamento comunitário SICÓ 2030, e depois de muita luta e tantas incertezas, foi aprovada a candidatura aos avisos para a 2ª fase – Reconhecimento de Grupos de Acção Local e selecção das Estratégias de Desenvolvimento Local (2024-2027) e o convite para a apresentação dos planos de implementação das Estratégias.
Assim, a Terras de Sicó terá três milhões de euros para comparticipar projectos a desenvolver no Mundo Rural. Entre as cinco tipologias abrangidas, estão pequenos investimentos na bio-economia e economia circular, assim como na exploração agrícola, e investimentos em diversificação, comércio e serviços associados. Acrescem as áreas da inovação na comercialização, cadeias curtas e mercados locais, e conservação e valorização do património rural, natural, cultural e gastronómico (incluindo aldeias inteligentes).
Por fim, o Desenvolvimento Rural é um processo contínuo que precisa sobretudo de tempo para maturação e é dinâmico no sentido de antecipar respostas às sucessivas dificuldades emergentes. Esse é o desafio. Essa é a missão cívica que permanentemente temos em mãos para cumprir.
Presidir à Terras de Sicó – Associação de Desenvolvimento, nos últimos dois anos, foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida, permitindo-me conhecer ainda melhor o território lidar com pessoas extraordinárias e com profissionais de excelência que tudo continuarão a fazer para manter vivo o sonho de uma região cada vez mais próspera e desenvolvida.
Desejo as maiores felicidades ao meu sucessor João Guerreiro e renovo o meu compromisso com as gentes de Sicó que têm no autarca e no cidadão Pedro Pimpão um embaixador apaixonado da nossa Sicó.
Presidente da Câmara Municipal de Pombal e presidente da Assembleia Geral da Terras de Sicó – Associação de Desenvolvimento
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM