O livro “Sinos – um património imaterial. A Fundição de Alvaiázere (1899-1962)”, da autoria de Maria Adelaide Furtado, vai ser apresentado no próximo dia 15, na Biblioteca Municipal de Alvaiázere.

A obra é o “culminar de um trajecto de investigação iniciado há alguns anos, apesar de a temática já ter sido divulgada em colóquios e congressos e vários artigos publicados em livros com outros autores”, adianta Maria Adelaide Furtado ao TERRAS DE SICÓ.

“A publicação do livro constitui uma medida de salvaguarda da memória de um património de Alvaiázere em risco de esquecimento. Isto é, constitui uma medida de salvaguarda prevista na Convenção de Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO”, realça.

Lembrando que a Fundição de Sinos de Alvaiázere laborou de forma constante durante sessenta e dois anos e cessou no ano de 1962, “decorrido idêntico período de tempo quem conhece hoje a sua existência?”, interroga-se a autora.

“A Fundição de Sinos de Alvaiázere é parte integrante da história das fundições de sinos em Portugal e no início dos anos sessenta do séc. XX era uma das três fundições em actividade no panorama nacional. Após o seu encerramento, por morte súbita do mestre fundidor António Alves Simões, prosseguiram actividade somente as duas derradeiras, a Fundição de Sinos de Braga e a Fundição de Sinos de Rio Tinto”, nota.

O livro divulga o inventário de 242 obras identificadas em território nacional com sinalização de encomendas para Moçambique, Angola e Cabo Verde.

“O ‘estudo de caso’ teve por objectivo a caracterização da Fundição de Sinos de Alvaiázere no mapeamento e inventariação de obras, identificação de materiais, identificação de fornecedores e respectiva laboração, estudo no âmbito do Património Cultural Imaterial com vista à salvaguarda de património cultural imaterial em risco”, refere a Maria Adelaide Furtado.

A autora, licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi presidente da Al-Baiäz – Associação de Defesa do Património entre 2014 e 2017. Na área do Património Cultural Imaterial é pós-graduada pela Universidade Lusófona e associada da Associação Portuguesa de Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]