O Município de Condeixa inaugurou duas novas ruas com os antropónimos dos antifascistas Pintor António Pimentel (1935-1998) e Professor António Mateus (1910-1972), no âmbito das comemorações do 50º Aniversário do 25 de Abril.
A nova “Rua Pintor António Pimentel 1935-1998” fica localizada num arruamento da Urbanização Quinta dos Poços, proveniente da Rua D. Elsa Sotto Mayor, enquanto que a “Rua Professor António Mateus 1910-1972” passa a denominar a Rua 3 da Urbanização Quinta de São Tomé, com continuação para o loteamento do Município.
O pintor António Pimentel, que já tinha sido homenageado pela autarquia através de memorial instalado nos jardins da Biblioteca Municipal, começou a sua actividade artística sob a orientação dos artistas plásticos conimbricenses Carlos Ramos (pintura) e Mário Oliveira Soares (cerâmica) e realizou a primeira exposição individual em Coimbra em 1957. No mesmo ano ajudou a fundar o Círculo de Artes Plásticas da Associação Académica de Coimbra em colaboração com outros artistas estudantes e sob direção do pintor modernista brasileiro Waldemar da Costa. Dois anos depois é convidado por Bissaya Barreto para pintar os murais do Instituto Maternal de Coimbra, atual Maternidade Bissaya Barreto.
Na década de 1960, mudou-se para Lisboa e iniciou a sua carreira na agência ETP, uma das primeiras agências de publicidade de Portugal, colaborando com nomes proeminentes como Alves Redol e Ary dos Santos. António Pimentel desenvolveu as suas habilidades artísticas no Rio de Janeiro, num curso de gravura e recebeu uma bolsa de estudos para estudar em Paris, onde as suas obras foram premiadas.
Quando regressou a Portugal, após a Revolução dos Cravos em 1974, estabeleceu-se como ilustrador, trabalhando com diversos escritores e organizações. Mais tarde, fixou residência em Condeixa, onde continuou sua prática artística e realizou as suas últimas exposições em vida.
O Professor António Mateus concluiu o Curso do Magistério Primário e leccionou em Anadia e Condeixa, primeiro na escola primária de Ega e, mais tarde, na escola primária Conde Ferreira. Dedicou-se na preparação de muitos dos seus alunos para o 1º ciclo liceal, em meados da década de 40. É por essa altura que começa a ser escrutinado pela PIDE, tendo o seu apoio aos adversários democratas do regime sido fatal para a sua carreira de professor. António Mateus foi afastado do ensino público por despacho do Conselho de Ministros a 13 de Maio de 1935.
Desempregado, António Mateus passou a trabalhar na iniciativa privada para sobreviver e fixou residência em Coimbra. Após concluir todos os exames do concurso liceal ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em 1957.
Sem nunca desistir de ser reintegrado na Função Pública, António Mateus viria a trabalhar na Conservatória do Registo Civil e Predial de Condeixa, em 1960, sem nunca deixar de estar sob vigilância da PIDE até à sua morte, em 1972.
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