Já arrancou mais uma edição da “Filarmonias – Os Concertos nas Freguesias”, um projecto dinamizado pelo Município de Soure, que leva a música executada pelas bandas filarmónicas do concelho a todas as freguesias locais.
Figueiró do Campo e Granja do Ulmeiro foram as duas primeiras freguesias a receber o tão acarinhado evento, nas noites de 24 e 25 de Fevereiro. Assim, na noite de sábado (24), a Filarmónica 15 de Agosto Alfarelense subiu ao palco Espaço Multiusos de Figueiró do Campo para um caloroso espectáculo, e no dia seguinte fez-se apresentar na Associação da Granja do Ulmeiro.
De acordo com Teresa Pedrosa, vereadora da Câmara Municipal de Soure, responsável pelo pelouro da Cultura, “este projecto surge da intensa actividade e dinamismo demonstrados pelas bandas filarmónicas concelhias”, com o objectivo de “descentralizar as actividades culturais”, pelas várias freguesias, “promovendo a diversidade musical” e dando a “oportunidade a toda à população do concelho ao acesso à cultura”.
Para a autarca, “seria mais fácil contratar cultura vinda de fora do concelho, no entanto, o nosso objectivo primordial é apostar nas nossas bandas e na cultura que é feita localmente”. Desta forma, “enaltecemos o trabalho que é produzido dentro das nossas comunidades e divulgamos a excelência dos nossos músicos e dos nossos artistas”, destaca.
Assim, até meados de Abril, todas as 10 freguesias do concelho de Soure recebem um concerto dinamizado por uma das cinco bandas filarmónicas existentes. A iniciativa realiza-se aos sábados, pelas 21h00, e aos domingos, a partir das 16h00. Para o mês de Março estão agendados concertos em Vila Nova de Anços, Cabeça da Corte, na União das Freguesias de Degracias e Pombalinho, Cercal, na União das Freguesias de Gesteira e Brunhós, no Sobral (Soure), Alfarelos e Pedrogão do Pranto, em Vinha da Rainha, que recebem o Grupo Musical Gesteirense, a Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficente Vilanovense e a Banda de Soure. Em Abril, a Banda do Cercal actua no Salão Polivalente da Freguesia de Tapéus e na Associação Recreativa e Musical 4 de Abril, em Samuel.
Na edição deste ano, em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril, ”foi lançado o desafio a cada banda no sentido de integrarem no seu reportório pelo menos uma música ou arranjo relacionado com esta temática”, revela Teresa Pedrosa, enquanto frisa que “o repto foi muito bem acolhido pelos músicos”, e por isso “os espectadores vão ser surpreendidos por momentos musicais de grande intensidade”, garante.
Aposta na cultura local e na formação musical
Para além de levar a música a pontos do concelho onde não existe uma tradição cultural tão forte, e onde não existem registos de bandas filarmónicas, o projecto ‘Filarmonias’ pretende, também, enaltecer o que de melhor se faz com ‘a prata da casa’. “Acreditamos que este tipo de iniciativas pode não só cativar jovens, e menos jovens, a iniciar um percurso musical numa das cinco bandas filarmónicas do concelho de Soure”, mas “queremos também demonstrar, junto dos pais, e encarregados de educação, por exemplo, a confiança que temos nestes projectos e nas pessoas que os desenvolvem, para que se sintam confortáveis em integrar os seus filhos neste tipo de projectos”. Para Teresa Pedrosa, as “filarmónicas são verdadeiras escolas de cidadania, onde os mais pequenos aprendem com os mais velhos, e o mais velhos também retiram conhecimento dos mais novos”, salienta. “Foi aposta municipal, e continuará a ser, a formação musical e cultural dos mais jovens”, e por isso, “fazemos semanalmente o transporte de mais de meia centena de alunos para o Conservatório de Música de Coimbra”, de forma a apoiar as famílias, “que de outra forma poderiam não ter capacidade de manter uma criança, ou jovem, a estudar música fora do concelho, com todas as despesas e logística que isso implica”. Na verdade, “o único requisito é que estes alunos do Conservatório estejam integrados nas nossas filarmónicas”, revela. Desta forma, “apostamos numa formação de alto nível para os jovens, e que tragam esses conhecimentos para as nossas bandas filarmónicas”. Assim, “todos ganham”, remata.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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