23 de Maio de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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PAULO JÚLIO

Ambicionar um futuro ou insistir no passado?

1 de Março 2024

Não raras vezes, o problema dos políticos em campanha é construir uma narrativa que (pensam eles) pode ser eficaz para captar o voto das pessoas, mesmo que seja enganadora e baseada na presunção de que quem a ouve, acreditará nela. Chamo a este tipo de actuação desonestidade intelectual. No plano local também há quem consiga os seus objectivos prometendo lugares a tudo e a todos, mesmo sabendo que não irão cumprir. Chamo isto, simplesmente, de aldrabice.

Mas é o plano nacional que, agora, pretendo abordar. Já percebemos que o PS, depois de jogar borda fora uma maioria absoluta confiada pelos portugueses há cerca de ano e meio, está numa posição difícil. Talvez por isso, tenta ensaiar sucessivas tácticas dia sim, dia não. Nestas tácticas, muitas vezes, está desonestidade intelectual tratando o seu potencial eleitorado como mentecaptos. O discurso sobre as políticas no tempo da Troika é recorrente, nomeadamente na tentativa desesperada de captar o voto dos pensionistas. Pessoas mais velhas e reformadas que se poderão assustar com estes “slogans” construídos entre um café e uma viagem de carro para o próximo destino. Carregar nas tintas que o PSD ou a AD são formados por pessoas “más” que não querem o bem dos mais idosos de Portugal. Uma falácia, tal como era o discurso do “ir além da Troika” ou da “ausência de austeridade”. Tudo desonestidade intelectual para ver se passam pelos pingos da sua própria incompetência.

A AD no tempo da Troika salvou Portugal da bancarrota, reconhecendo que houve pessoas que não ficaram satisfeitas porque realmente não sentiram justiça naqueles actos políticos. Mas realmente os únicos causadores de tudo o que se passou, foram as pessoas que estiveram no Governo anterior liderado por José Sócrates. Foi o PS. O mesmo PS das contas certas que deixou o País à beira de um ataque de nervos porque os serviços públicos nunca funcionaram tão mal e nunca houve tão pouco investimento estrutural. O PS tem uma visão dos portugueses assente numa perspectiva de que não seremos capazes se não houver “muito” Estado. Estado esse que gostam de ocupar e de dominar.

As contas certas realmente significaram serviços públicos caóticos na educação (falta de professores em muitas escolas, carreira sem atractividade e, por consequência, envelhecida, menos rigor e piores resultados na formação dos nossos alunos, entre outros problemas), nas forças de segurança (vieram para a rua dando um péssimo sinal para a sociedade por manifesta falta de governança), na saúde (cada vez mais portugueses têm seguro de saúde, mais portugueses sem médico de família, urgências sem capacidade de resposta, filas, de madrugada, para se marcar uma consulta, filas de espera com tempos fatais), nas forças armadas (problema de carreiras, pouca atractividade, falta de investimento estrutural) e assim por diante, revelando falta de organização, falta de planeamento e incapacidade de execução.

É preciso afirmar que isto foi uma opção política clara. É preciso afirmar também que havia alternativas e que este caminho poderia ter sido diferente se o Governo tivesse querido incomodar-se e não se tivesse embrulhado permanentemente em casos políticos sem sentido. Por todas estas razões, precisamos de um projecto político em que os portugueses possam dar o seu melhor e construir (finalmente) um futuro.

Temos tudo para dar certo, mas temos tido uns governos compostos por pessoas que apesar de não terem experiência de vida profissional significativa, nos vêm “iluminar” o caminho, enchendo-nos de impostos para alimentar um ciclo vicioso de incompetência, má despesa pública, economia débil, salários líquidos baixos, fuga de talento, mediocridade, incompetência.

A falta de ambição não trará nenhum outro resultado que não seja o caminho para a cauda da Europa. Será que não vale a pena mudar? Será que não vale a pena apostar num governo estável completamente diferente? Ficam as perguntas para todos pensarmos sem o receio de ficarmos pior. Desde logo porque isso é impossível!


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