Fundada em Outubro de 1924, a Banda Filarmónica Ilhense prepara-se para viver um ano de intensa actividade, onde pretende assinalar o centenário da colectividade. As comemorações arrancaram já este domingo (18), com a visita ao cemitério em forma a homenagear “todos aqueles que já não se encontram connosco, mas que contribuíram para que hoje estejamos a festejar os 100 anos de existência”, revela César Couto, presidente daquela filarmónica.
O dia fica ainda marcado pela inauguração de um mural, da autoria do artista plástico pombalense João Ribeiro, na parede exterior da sede da associação, “para que fique a referência deste feito gravado e que nos inspire para as próximas décadas”, destaca.
“Ter uma Filarmónica com esta idade é uma honra para a Ilha que foi, e continua a ser, uma mais-valia cultural, sobretudo, nos tempos em que não existiam quaisquer outras alternativas culturais”. Hoje, apesar da diversidade de opções, a instituição “presta um importante serviço à comunidade no despertar da sensibilidade musical, no ensino da música, e abrilhantando festas, romarias, recepções e concertos”, considera o César Couto.
Apesar de centenária, a Filarmónica Ilhense não cheira a mofo, bem pelo contrário: ou não fosse a banda, “constituída por 55 elementos com idades compreendidas entre os nove e os 72 anos”, e apresentar uma média de idades “bastante jovem”.
Cativar os jovens
E se ainda se pode pensar que isto das “filarmónicas” é coisa para os velhos, a ideia não pode estar mais errada. Na Filarmónica Ilhense é tudo pensado para “cativar os jovens” e prova disso é a “ousadia de fazer coisas muito diferentes” de que se orgulha o dirigente. O trabalho tem sido amplamente reconhecido e apesar de não se tratar de uma banda profissional, “conseguimos que grandes artistas nacionais aceitem trabalhar connosco”.
Falando em ousadia, o presidente da direcção assume que “este ano queremos fazer um concerto como ainda não se viu”. Sem revelar detalhes, garante que a ideia é “celebrar os 100 anos de forma a honrar o longo percurso da Filarmónica”.
Mas como nem só da banda se faz uma filarmónica, a instituição também abraça valências que vão além dos concertos e apresentações. Na Escola de Música, professores especializados em diferentes instrumentos dão aulas semanais a “mais de 60 alunos”, sendo que “no último ano sentimos um crescimento muito grande no interesse dos mais novos, e dos pais”, que “começam a ter uma maior noção da importância do contacto precoce com a música para o desenvolvimento das crianças”.
Melhoramentos na sede
E se quando se fala em aniversários também se fala em presentes, para César Couto, “neste momento, o melhor presente físico que poderíamos receber seria realização de obras de requalificação e beneficiação do interior do nosso edifício sede, nomeadamente no que diz respeito ao melhoramento da sala de ensaios e das salas de aulas”, sem esquecer os “tão necessitados melhoramentos acústicos, o revestimento interior e a melhoria das condições de iluminação”.
Uma obra que “representa um investimento na ordem dos 100 a 120.000 euros”, um valor “muito avultado para o nosso orçamento”, mas que “esperamos que avance rapidamente”, uma vez que “esperamos um apoio da parte do município de Pombal para que possamos iniciar este projecto”. Paralelamente, “contamos obviamente com os nossos beneméritos, que de forma anónima, fazem questão de apoiar a Filarmónica, o que representam, para nós, um grande orgulho”, finaliza.
Afinal, “só com boas condições se podem formar bons músicos, e são os músicos a peça fundamental das filarmónicas”. Para isso “é preciso motivar, cativas e estimular”, realça.
ANA LAURA DUARTE
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