3 de Novembro de 2024 | Quinzenário Regional | Diário Online
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PAULO JÚLIO

Merecemos mais do que o mesmo!

16 de Fevereiro 2024

Temos mesmo de nos incomodar. Precisamos de um sobressalto cívico, precisamos de sonhar outra vez por uma democracia robusta, mesmo após 50 anos daquela data que fez sonhar os que são, hoje, os mais velhos deste Portugal. O que é que adianta dizer que “eles são todos iguais”, quando realmente não são. São pessoas, são cidadãos portugueses e são políticos ou querem ser políticos, mas não são todos iguais. Pensam Portugal de forma diferente e têm necessariamente experiências de vida diversas. Precisamos de participar mais do que nunca, apesar de todos os incómodos. Precisamos pelo futuro de Portugal. Precisamos pelos nossos mais jovens que olham para isto tudo de forma incrédula. Este é um momento simbólico.

Parece ironia do destino ou, talvez, uma coincidência com tom divino, para os mais crentes, ou simplesmente uma oportunidade que nos é dada, no ano em que a democracia faz 50 anos. Os Portugueses estão descrentes porque não se sentem representados, porque os partidos se fecharam em volta dos mesmos, independentemente se têm ou não sucesso. Por isso, muitos estão desiludidos e cansados. Por isso, outros estão por tudo e não se importam de esticar a corda do regime. Tenho assistido aos debates e, finalmente, podemos perceber quem enrola, quem embrulha tácticas e quem quer tentar mudar, quem ousa fazer diferente, quem é realista, mas simultaneamente genuíno e ambicioso.

Há algumas semanas, ainda havia muita gente que não identificava em Luís Montenegro a alma e a energia necessárias para mudar Portugal. Para nos tirar, de forma responsável, mas ousada, desta modorra hábil em que nos afundaram. Portugal só vai reter os mais jovens, os mais talentosos, se a sua economia crescer 4-5% por ano. Menos crescimento, não mudará nada de modo substancial. Para crescer a sério, precisamos de pragmatismo e de vontade de fazer, precisamos de um plano e de muita competência em cada um dos ministérios, mas sobretudo precisaremos de dedicação e trabalho, sem retóricas e sem mediocridade. O desafio é enorme. Para todos. Para si também. É o desafio de participar, de se incomodar e de acreditar que temos muito mais capacidade. É também um desafio de auto-estima, um desafio de não deixarmos que os espaços vazios sejam ocupados por pessoas cuja ambição é simplesmente Poder. O Poder não serve de nada, se não for para agir.

A discussão está a ficar boa porque não se trata de mais ou menos Estado ou de mais ou menos sociedade. Trata-se de como chegar lá, trata-se de como ter melhores serviços públicos que nos custem menos dinheiro, que nos levem menos impostos, que nos permita libertar mais para que a economia cresça. Trata-se de valorizar o mérito, o trabalho e a dedicação. Trata-se de perceber que sem empresas, não há como crescer. Não há como reter os nossos mais jovens talentos. Não há como inverter a nossa pirâmide etária. E não, isto não é política dirigida só para os mais jovens e só para o futuro. Sabem porquê? Porque não há um pai, uma mãe, uma avó ou um avô que não queira ver os seus mais queridos por perto, a desenvolver o seu País. O nosso Portugal. Por estas razões todas, precisamos de participar e acreditar que os que se propõem mudar, com responsabilidade, farão muito melhor do que quem esteve quase uma década a governar e não teve ambição. Precisamos de ousar. Precisamos de coragem para mudar.

Se assim não fizermos, teremos mais do mesmo, ou seja, um Portugal rumo à cauda da Europa, embalado em discursatas cheias de meias verdades para confundir as pessoas. Como se as pessoas não devessem ser respeitadas. Cinquenta anos após o 25 de Abril, este é o sobressalto cívico que se coloca a cada um de nós. Portugal não tem de ser só isto. Eu acredito que não será com extremismos que teremos sucesso. Do que vou observando, acredito que a Aliança Democrática poderá ser a solução para a mudança que urge fazer. Este é o momento de reflectirmos e de termos esperança. Teremos de escolher entre o “agora é que é” do Pedro Nuno Santos do PS, o “vamos a todas até partir tudo” do André Ventura do Chega, o “abaixo o capital” do Paulo Raimundo da CDU, o “progresso da esquerda“ da Mariana Mortágua do Bloco e o “acreditar nos portugueses” do Luís Montenegro do PSD.


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