Está a decorrer, até ao próximo dia 8, o período de consulta pública para o pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de areias siliciosas e caulino, feito pela empresa minhota Motamineral, numa área de 3,6 km^2, denominada “Cabeços-Tapada”, abrangendo as freguesias de Cernache e Assafarge/Antanhol, no concelho de Coimbra, e a freguesia de Anobra, em Condeixa. A consulta pública decorre no portal participa.pt

De acordo com a memória descritiva, a Motamineral pretende realizar “trabalhos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de argilas especiais, nomeadamente o caulino”.

“A maioria dos trabalhos serão realizados por técnicos de geologia, nos trabalhos de cartografia geológica e colheita de amostras de superfície, e por técnicos de laboratório, na caracterização físico-química das amostras colhidas no terreno. Os trabalhos que podem envolvem equipamentos industriais, são a abertura de sanjas/poços de prospecção e realização de sondagens carotadas, destes apenas se utiliza água na execução das sondagens carotadas. Para a execução de sondagens carotadas, a água a utilizar será fornecida directamente de um depósito a colocar junto da plataforma de sondagem. Sempre que possível proceder-se-á à abertura de pequenos tanques de decantação para a recirculação da água. Esta metodologia permitirá reduzir substancialmente o consumo de água por furo de sondagem”, explica a empresa.

A Câmara Municipal de Coimbra, solicitada pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), deu parecer desfavorável ao andamento do projecto.

“Pelos efeitos negativos que o desenvolvimento desta actividade irá provocar nos usos dominantes e na qualidade ambiental, paisagística e funcional da área em causa, nomeadamente ao nível da estrutura ecológica municipal, do uso e ocupação do solo, da qualidade visual da paisagem, da contaminação de aquíferos, da degradação da qualidade do ar e agravamento das condições do ruído ambiente (saúde humana) e da qualidade de vida das populações, em particular, da população residente mais próxima”, a autarquia de Coimbra deliberou, em Setembro de 2022, desfavoravelmente ao avanço da prospecção.

Também solicitada, em 2022, pela DGEG, a Câmara Municipal de Condeixa optou por não se pronunciar sobre o assunto, ao contrário do que, por lapso, o TERRAS DE SICÓ noticia na edição impressa de hoje.