A segunda edição da “DENSO” vai decorrer entre 30 de Janeiro e 3 de Março, procurando promover a “riqueza cultural” de Coimbra, através de uma exposição e de vários eventos que “dão palco” a artistas da região, foi hoje anunciado.
O Centro Cultural Penedo da Saudade, em Coimbra, será o palco para todos os eventos que vão decorrer entre 30 de Janeiro e 3 de Março, assim como o espaço para uma exposição com obras de artistas dos 19 municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC).
Todos os 19 municípios estarão representados nas 26 peças de escultura, pintura e fotografia de autores emergentes e consagrados que vão estar expostas em quatro salas do Centro Cultural Penedo da Saudade, equipamento do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), que realiza a “DENSO” em conjunto com a CIMRC.
Para além da exposição, haverá conversas, concertos, exposições, oficinas e apresentação de livros protagonizadas também por artistas dos concelhos que fazem parte da CIMRC, explicou a responsável do Centro Cultural Penedo da Saudade, Cristina Faria.
Questionada pela agência Lusa sobre qual o orçamento associado à mostra e se os artistas envolvidos seriam pagos, Cristina Faria referiu que o IPC tem encargos apenas com a divulgação e comunicação da mostra, estando cada município encarregue de suportar “as despesas necessárias à sua presença no Centro Cultural”.
Já o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), Emílio Torrão, aclarou que os municípios não exploram artistas.
“Damos oportunidades aos artistas de terem palco e de mostrarem os seus trabalhos”, frisou o autarca de Montemor-o-Velho.
Questionado sobre se essa política não alimenta a precariedade dos artistas, Emílio Torrão sublinhou que quando se vê a cultura “do ponto de vista economicista” está-se a “perturbar o fenómeno cultural”.
“Mal seria se tivéssemos de pagar tudo o que aqui trouxéssemos. Se calhar para muitos, é a primeira exposição de relevância que têm. Nem tudo se resume a dinheiro”, vincou, referindo que a ideia de misturar economia com cultura dá-lhe “arrepios”.
Já o secretário executivo da CIMRC, Jorge Brito, aclarou que muitas das peças expostas já são propriedade dos municípios.
“Olhamos para isto como uma viagem da região”, vincou, referindo que há outros momentos e oportunidades em que os artistas já recebem apoios, nomeadamente nas relações que estabelecem com cada município.
Questionada sobre a falta de representatividade de mulheres artistas na exposição (apenas três mulheres em mais de 15 artistas presentes), Cristina Faria referiu que a falta de representatividade está relacionada com a maior presença de homens do que mulheres na área das artes.
Além disso, a equipa de curadores teve de escolher as obras propostas pelos municípios, aclarou.
“Tivemos de nos limitar àquilo que os municípios nos indicaram. Se nos indicaram apenas uma obra e de um homem, mesmo que quiséssemos uma determinada paridade não conseguiríamos lá chegar”, referiu.
Na sessão de apresentação da mostra, também esteve presente o presidente do IPC, Jorge Conde, que assumiu a vontade de o Politécnico ser “uma instituição do território”.
LUSA
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