A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu hoje em Ansião novos modelos de governação do território, cujo desenvolvimento coeso, na sua opinião, deve estar acima das divisões administrativas.
“As divisões administrativas são importantes, mas não devem impedir os projectos e o desenvolvimento coeso que resulta da mobilização dos actores do território”, disse Ana Abrunhosa, perante dezenas de autarcas, presentes na assinatura do contracto de consórcio para a gestão do Instrumento Integrado de Base Territorial (IIBT) do Pinhal Interior.
Na sessão, nos Paços do Concelho de Ansião, o coordenador do IIBT, Luís Matias, disse que aquele instrumento aplicará 200 milhões de euros na concretização dos objectivos previstos.
Dessa verba, estão afectos ao plano de acção hoje apresentado 127 milhões de euros, dos quais 45 milhões são assegurados pelo Programa Regional do Centro (Centro 2030), explicou o também ex-presidente da Câmara Municipal de Penela.
“Temos actores do território que souberam trabalhar em conjunto”, salientou Ana Abrunhosa, para elogiar o trabalho que, na sequência dos trágicos incêndios de 2017, em Junho e Outubro, em que morreram mais de 100 pessoas, foi realizado pela equipa de Luís Matias, pelas autarquias e demais entidades envolvidas na concepção do IIBT e do seu plano estratégico, ao qual, segundo o coordenador, estão associados 20 “projectos mobilizadores”, como definido numa resolução do Conselho de Ministros.
Na opinião da governante, antiga presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), “só se atrai pessoas se elas virem valor no território”, mas “não é por decreto” que isso pode acontecer.
“Para além do Centro 2030, importa que haja outras fontes de financiamento” do plano de acção do IIBT, preconizou.
A ministra da Coesão Territorial disse que, neste trabalho político de base territorial, “importa ter mais mulheres” nas equipas que projectam e tomam decisões.
“O território tem orgulho nas pessoas”, sublinhou, ao concluir que este “é o maior sinal de esperança para este território” do Pinhal Interior, que abrange 24 concelhos de cinco comunidades intermunicipais: Região de Coimbra, Região de Leiria, Médio Tejo, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela.
Luís Matias, por sua vez, insistiu na necessidade de o IIBT “ir muito para além, no plano de acção estratégico, do que está previsto no Centro 2030 [45 milhões de euros]”, a fim de conseguir assegurar “fontes alternativas de financiamento”.
Intervieram ainda na cerimónia o presidente da Câmara de Ansião, António José Domingues, um representante do Centro 2030, Jorge Brandão, e o presidente da Câmara do Fundão e da rede turística Aldeias do Xisto, Paulo Fernandes, bem como os presidentes dos municípios de Leiria, Gonçalo Lopes (CIM da Região de Leiria), de Gouveia, Luís Tadeu (Beiras e Serra da Estrela), de Mação, Vasco Estrela (Médio Tejo), de Arganil, Luís Paulo Costa (Região de Coimbra) e de Proença-a-Nova, João Lobo (Beira Baixa).
Lusa
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