Os concelhos das Terras de Sicó mantiveram a trajectória de recuperação de poder de compra em 2021, mostrando, assim, resiliência à crise provocada pela pandemia de covid-19, e continuando o caminho ascendente verificado desde 2017. Dizendo respeito a 2021, o estudo ainda não reflecte as eventuais consequências da crise inflacionista dos últimos dois anos.
De acordo com os dados do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPPC) 2021, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e agora divulgado, a subida é de quase 5% em relação a 2019, data da análise anterior.
O poder de compra per capita, medido pelo Indicador per Capita (IpC), regista em Sicó um valor de 78,38 na média dos seis municípios, quando dois anos antes esse número era de 74,82, e comparam ambos com o todo nacional, que assume o valor de referência de 100.
Todos os concelhos subiram no índice que traduz o poder de compra manifestado quotidianamente, com Condeixa e Alvaiázere a terem os maiores aumentos.
Condeixa passou de um índice de poder de compra per capita de 78,99 em 2019 para 84.10 em 2021, enquanto Alvaiázere ascendeu de 67,56 para 72,72. Penela subiu de 73,56 para 77,50 e Soure de 71,93 para 74,60. Em Pombal, a subida foi de 82,72 para 85,22, e em Ansião de 74,16 para 76,15.
Os seis concelhos continuam, porém, ainda um pouco longe da média das comunidades intermunicipais (CIM) que integram. Condeixa, Penela e Soure apresentam um índice médio de 78,73 quando a média dos 19 municípios da CIM Região de Coimbra é de 93,98, valor que se manteve praticamente inalterado em relação a 2019. Alvaiázere, Ansião e Pombal comparam a média de 78,03 com os 94,24 da CIM Região de Leiria, que subiu em relação aos 91,92 de dois anos antes.
A crescer 1% ao ano
Se compararmos com uma década atrás, a subida do poder de compra nas Terras de Sicó cifra-se nos 9,5%, pois, em 2011, o índice médio agregado dos seis concelhos era de 71,54, que compara com os 78,38 de 2021.
Numa década, Penela recuperou 18% no IpC em relação à média nacional, Alvaiázere subiu 14,6%; Ansião, 10,2%; e Soure, 8,7%. Em Condeixa (4,4%) e Pombal (3,9%) o crescimento foi mais modesto.
O Indicador per capita do poder de compra pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente nos diferentes municípios e resulta de uma matriz de variáveis maioritariamente reportadas, no caso, ao ano de 2021.
O estudo, realizado a cada dois anos pelo INE, assenta em 16 variáveis, como o IRS liquidado, rendimento bruto declarado para efeitos de IRS, ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem, valor das compras nacionais através de terminais de pagamento automático, valor das operações de pagamentos e levantamentos em caixas automáticos, crédito à habitação, veículos ligeiros vendidos, IMI, volume de negócios das empresas de restauração, entre outras.
Em 2021, o poder de compra per capita situava-se acima da média nacional 100 em apenas 31 dos 308 municípios portugueses. O município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado (186,3), seguido dos municípios de Oeiras (165,5) e do Porto (147,6). Além destes destacavam-se nas áreas metropolitanas (AM) os municípios de Cascais (121,8) e Alcochete (118,9), ambos da AM de Lisboa, e de Matosinhos (118,1) e São João da Madeira (116,7), da AM do Porto. Além dos territórios metropolitanos, também municípios correspondentes a capitais de distrito revelavam um poder de compra per capita superior à média nacional, com relevância para Coimbra (119,8), Aveiro (119,7), Faro (116,0) e Évora (112,0). Em Leiria, o valor cifrava-se nos 105,7.
Segundo o INE, o poder de compra per capita continua “tendencialmente mais elevado no litoral continental e, por oposição, mais reduzido no interior, sobretudo, no Norte e no Centro, mas também no Alentejo”.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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