O ministro Manuel Pizarro não tem dúvidas, “o Centro de Saúde de Soure precisa de obras a sério, não está em condições de que nos possamos orgulhar”, e, por isso, irá beneficiar, garante o governante, de uma intervenção de 1,7 milhões de euros, 300.000 euros acima do inicialmente previsto e que chegou a ser revelado pelo presidente da Câmara em entrevista recente ao TERRAS DE SICÓ.
A requalificação faz parte do processo negocial da delegação de competências no domínio da saúde, cujo auto de transferência entre o respectivo ministério e o município foi assinado, em Soure, no passado sábado (30), vigorando a partir do dia seguinte.
“Felizmente, com os recursos que Portugal está a receber do Plano de Recuperação e Resiliência, temos como tarefa prioritária construir novos centros de saúde e requalificar os existentes”, assegurou o governante, convicto de que com a nova orgânica funcional seja possível “assegurar a plena cobertura de cuidados de saúde no concelho de Soure (…) e as coisas vão funcionar ainda melhor”.
Ao intervir numa sessão que homenageou o antigo médico sourense Delfim Pinheiro e que serviu para a assinatura do auto de transferência de competências, Manuel Pizarro afirmou que o governo tem em curso “uma reforça muito importante no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, que enfrenta hoje “problemas muito distintos dos que enfrentava quando foi criado”, há mais de quatro décadas.
Defendendo a delegação de competências, o governante considera-a “uma colaboração virtuosa entre SNS e as autarquias”, capaz de inspirar a criação de uma agenda para a promoção da saúde, que “tenha em atenção aspectos como a promoção do exercício físico, da alimentação saudável, da identificação precoce das doenças, encaminhamento adequado, de forma a conseguirmos ganhos de saúde para as pessoas”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, mostra-se confortável com o protocolo assinado, convicto de que se a parceria entre o município e as estruturas locais de saúde “funcionaram bem” em plena crise Covid, “porque não hão-de funcionar bem quando não há crise?”.
“Além de não queremos caulinos, queremos ter unidades de saúde a funcionarem em condições mínimas, pretendemos ter uma política de saúde de proximidade”, afirmou o autarca, empenhado em ter “capacidade de resposta” nas diversas áreas para uma tendência de crescimento populacional que os dados do Instituto Nacional de Estatísticas mostram “nos últimos três anos”.
Novo auditório perpetua Delfim Pinheiro
Delfim Pinheiro, distinto médico e investigador, antigo presidente da Câmara de Soure, nascido em Alfarelos em 1875, está agora também perpetuado no requalificado complexo que alberga o novo CIS – Centro de Inovação Social, a cujo auditório passou a dar o nome.
O “médico de toda a gente, da serra ao campo”, como o descreveu o autarca Mário Jorge Nunes, teve na primeira metade do século passado, um reconhecido contributo científico para o conhecimento de uma doença até então incógnita: a febre escaro-nodular, mais conhecida por febre da carraça.
Para o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a evocação tem um “enorme significado”, destacando a “transcendência do percurso científico, a agudeza de sentido clínico do Dr. Pinheiro, pessoa profundamente dedicada aos outros”.
A evocação do homenageado, numa cerimónia realizada no passado dia 30, no novo auditório, foi realizada pelo médico Luís Cardoso Oliveira, enquanto a investigadora Rita Sousa abordou o seu trabalho científico. Na sessão participaram vários familiares de Delfim Pinheiro, falecido em 1959, entre eles o conhecido músico Tiago Bettencourt, seu bisneto.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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