Gratidão. É este o sentimento-maior do presidente da Sociedade Filarmónica Alvaiazerense de Santa Cecília, Manuel Francisco, na hora da instituição comemorar um centenário de existência, que se completará na próxima quarta-feira.
“Gratidão por tanto trabalho, tanta dedicação, que muito tiveram para com a Filarmónica ao longo de todo este tempo, desde os fundadores, órgãos directivos, os executantes, maestros, até aos sócios e amigos. Tanta gente que trabalhou ao longo destes 100 anos e à qual temos de estar gratos por tudo o que fizeram”, realça o dirigente.
A Sociedade Filarmónica Alvaiazerense de Santa Cecília (SFASC) foi fundada por escritura notarial a 11 de Outubro de 1923, sendo a mais antiga instituição cultural do concelho.
Para Manuel Francisco, a efeméride incute igualmente um “sentimento de grande responsabilidade, porque cabe-nos a nós continuar este trabalho que tantos fizeram com tanto sacrifício, passando por períodos complicados, com algumas interrupções de actividade, mas a todos, directores, executantes e comunidade alvaiazerense cabe-nos agora manter a Filarmónica ao melhor nível e fazer o melhor possível”.
A história da SFASC conta que cerca de década e meia após o início da actividade, a mesma sofreu uma interrupção de vários anos, tendo reiniciado as actuações em 1948. Na década de 1960, a emigração e a guerra colonial ceifaram muitos elementos à banda, que se ressentiu da debandada. Foi já só depois do 25 de Abril de 1974 e do regresso de muitos alvaiazerenses das ex-colónias que a instituição recuperou o alento e se manteve firme até aos dias de hoje.
“Continuamos fiéis à finalidade descrita na escritura de constituição da Filarmónica, que é o ensino e divulgação da música”, refere o líder da SFASC.
Três valências dão corpo e vida à centenária instituição: banda filarmónica, orquestra ligeira e escola de música.
A banda tem actualmente 59 executantes, “maioritariamente jovens”, um autêntico ‘seguro de vida’ para o seu futuro, mesmo em tempos de “grande mobilidade social” que atira estudantes e trabalhadores para fora daquele concelho.
“Tocar numa banda filarmónica não é das coisas mais apetecíveis, porque tem ainda os programas tradicionais das festas de Verão, com arruadas logo pela manhã, procissões e concertos à hora do calor e a horas menos adequadas, mas estranhamente ou não temos tido procura, os jovens aparecem e as coisas têm funcionado de forma satisfatória”, reconhece Manuel Francisco.
Também a escola de música tem tido procura. Duas dezenas e meia de alunos investem na formação musical, de forma gratuita, proporcionada na SFASC.
“Com um apoio muito significativo da Câmara Municipal de Alvaiázere, temos dado bastante atenção à escola de música, melhorando o seu funcionamento. Temos agora professores devidamente preparados para os diferentes instrumentos e apostamos no ensino da música porque é fundamental para mantermos a banda a funcionar”, explica o presidente da instituição, certo de que a grande maioria dos alunos se manterá depois na Filarmónica.
Já a Orquestra Ligeira da SFASC, com cerca de 20 elementos, tem actuado em eventos organizados pelo Município, em aniversários e outras efemérides de associações. Colabora igualmente com a Fundação Inatel, através de um contrato-programa, actuando em unidades hoteleiras daquela instituição.
Festa a 21 e 22
Depois de um ano preenchido com diversas actividades integradas no Centenário da SFASC, a programação festiva encerra este mês, no fim-de-semana de 21 e 22.
Mas antes, já este domingo (8), pelas 16h00, a Banda de Música da Força Aérea actua em Alvaiázere no âmbito da efeméride.
No sábado (21), à tarde, a Casa da Cultura, acolhe a sessão solene comemorativa na qual será apresentados o novo trabalho discográfico que reúne parte do repertório da filarmónica, um livro sobre os 100 anos de actividade, uma medalha evocativa da efeméride e um novo estandarte.
De seguida, na sede da SFASC, será inaugurada uma exposição de fotografias de todos os presidentes da instituição ao longo dos tempos, que ficarão perpetuados no local, e descerrada uma placa assinalando um século de existência.
No domingo (22), será celebrada missa pelas 11h30 na igreja matriz de Alvaiázere, seguida de romagem ao cemitério. Um almoço comemorativo encerrará em grande o programa centenário.
Manuel Francisco considera a SFASC “um factor de união dos alvaiazerenses” e deseja, por isso, que a comunidade local se “mantenha unida em torno da Filarmónica, dando-lhe o seu apoio”.
Criar laços entre os alvaiazerenses
O apoio da Câmara de Alvaiázere à instituição é amiúde realçado por Manuel Francisco, líder da Sociedade Filarmónica Alvaiazerense de Santa Cecília (SFASC). O autarca João Paulo Guerreiro considera a instituição “importantíssima a vários níveis, mas o mais fundamental é a capacidade de criação de laços entre os alvaiazerenses”. A autarquia decidiu atribuir uma verba de 25.000 euros destinada a apoiar a realização do programa comemorativo do Centenário, verba que se “justifica plenamente pelas inúmeras iniciativas realizadas” naquele âmbito ao longo de um ano. “Uma palavra à direcção que tem sido extraordinária ao conseguir um dinamismo na nossa Filarmónica que é de louvar, tem sido incansável em divulgar a banda e Alvaiázere”, sublinha João Paulo Guerreiro.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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