Imagine um festival onde se reúnem mais de 2500 artistas mundiais numa cidade europeia onde são esperados mais de 400.000 participantes. Imagine um festival dedicado aos amantes da música electrónica. Imagine o que será o Amsterdam Dance Event (ADE)… Imagine que há um pombalense no meio dos artistas convidados a apresentar a sua arte performativa… Não imagine mais… Porque é já na noite desta sexta-feira (20), que Nuno Micael Barros, natural do concelho de Pombal, apresenta a performance DATALAN em pelo coração da Holanda e perante uma plateia que exige o melhor…
Nuno Mika, como é carinhosamente apelidado preparou um “scaneamento de espaços reais” que transforma “numa narrativa digital, através de vectorização XYZ a modelação 3D destes espaços ganham a forma de “Point Cloud”, um tipo de tecnologia já bastante usada em diversas áreas tal como em Mecânica, Medicina e Arquitectura para rastreio”, e que promete reacções extraordinárias, ou não fossem as “expectativas bastante altas, de que o público irá adorar”, revela.
Reconhecimento do trabalho desenvolvido
Considerado o maior evento do mundo desse género musical, em 2023 a promessa é que a edição seja ainda mais incrível. Com uma programação de tirar o fôlego, palestras inspiradoras e festas alucinantes, de onde o pombalense vê “um incentivo para manter o foco, com a mesma dedicação”, até porque ser “convidado a apresentar o meu trabalho” e “participar neste evento é muito gratificante: no fundo é um reconhecimento do esforço e trabalho que tenho desenvolvido”.
E por falar em trabalho desenvolvido, é justo que se explique que os trabalhos de Nuno Mika, na área dos new media arte, já foram apresentados em países como Canadá, Rússia, Espanha, Itália e Portugal. Depois de estudar áreas tão distintas como electromecânica, música, ou arquitectura, o jovem começou a desenvolver instalações artísticas interactivas, com recurso à luz e som, que criam um ambiente único onde o espectador se vê envolvido pela própria arte.
E antes de referir que teve a sua primeira experiência artística “debaixo de um foguetão real, numa praça de Moscovo”, perante milhares de pessoas, “num dos festivais mais importantes de vídeo mapping, do mundo”, no Circule of Ligth Art Vision, em 2014, é importante explicar o que é isto da new media art e do vídeo mapping.
Se por um lado a arte do vídeo mapping trabalha “uma técnica que consiste na projecção de vídeo em objectos ou superfícies irregulares, tais como estruturas de grandes dimensões, fachadas de edifícios e estátuas”, o conceito de new media art explora “obras criadas com recurso a novas tecnologias de mídia”, que incluem “arte digital, computação gráfica, arte virtual, animação produzida por computador, robótica, arte interactiva, videogames, arte ciborgue e arte como biotecnologia”, e que procura interagir com os próprios espectadores.
Diálogo entre imagem e som
Nesse caso, o que é mais importante, o som ou a luz, questionamos. Para o artista pombalense, “são ambos importantes, uma vez que se trata de um diálogo entre imagem e som, no entanto, geralmente começo pelas imagens, explorando novas texturas e ambientes visuais, o som aparece depois como no cinema para dar vida à tela”, explica.
Para o ADE acaba “por levar ideias mais conceptuais, aproveitar para explorar coisas novas que nos fazem destacar com uma identidade”. Por vezes pode “ser um risco, mas é deste risco exploratório que estes grandes eventos vivem”, afirma, enquanto revela fazer parte de um colectivo “multidisciplinar europeu que está a desenvolver uma plataforma de artistas e eventos internacionais”. No que toca a projectos individuais… segue a um ritmo “Allegro Moderato”, brinca.
Se a curiosidade for grande, alguns dos trabalhos do jovem artista podem ser visto aqui.
ANA LAURA DUARTE
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