As duas novas cavidades de gás natural que o Governo queria ver construídas até 2025 no parque de armazenamento subterrâneo da REN no Carriço, no concelho de Pombal, onde já estão implementadas outras seis, só deverão estar prontas lá para 2028 e uns largos milhões de euros acima do previsto.
O PDIRG – Plano Decenal Indicativo de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte, Infra-estruturas de Armazenamento e Terminais de Gás Natural Liquefeito, para o período 2024-2033, elaborada pela REN Gasodutos, enquanto operador da rede nacional de transporte de gás, é claro ao apontar a entrada em operação da primeira das novas cavernas em 2027 e a segunda em 2028.
Há um ano, uma resolução do Conselho de Ministros procedia à definição de medidas preventivas que permitam fazer face à actual situação de conflito na Europa e a eventuais disrupções futuras, tendo em vista a garantia da segurança do abastecimento de energia. De acordo com a referida resolução, foi determinado que “o operador de armazenamento subterrâneo de gás das infra-estruturas em exploração [REN] promovesse as diligências necessárias para assegurar o reforço da capacidade de armazenamento instalada em Portugal em, pelo menos, duas cavidades adicionais”, no parque de Armazenamento Subterrâneo (AS) do Carriço.
Na altura, fonte do Ministério do Ambiente e da Acção Climática indicou que a pretensão implicava um investimento da ordem dos 80 milhões de euros, a concluir até 2025.
Ora, o PDIRG, apresentado pela REN Gasodutos à Direcção-Geral de Energia e Geologia e à ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, contempla “a criação de duas novas cavidades de armazenamento de gás, desenvolvidas também numa perspectiva futura de armazenamento de 100% de hidrogénio, cumulativamente à possibilidade da sua utilização com gás natural, a desenvolver no parque de cavidades do AS do Carriço”, mas com “previsão de entrada em operação em 2027 (primeira das novas cavidades) e em 2028 (a segunda)”.
Ainda de acordo com o mesmo plano, as infra-estruturas acarretam um investimento 89,6 milhões de euros (43,2 milhões, a primeira e 46,4 milhões de euros, a segunda), quase 10 milhões de euros acima do inicialmente apontado.
E a ERSE, no parecer ao PDIRG emitido há dias, sinaliza que no documento “não está inscrito qualquer montante para aquisição do gás de enchimento das cavernas, e que, tendo em conta a dimensão das cavernas, pode estimar-se entre 300 e 450 GWh de gás natural, cujo custo terá também de ser considerado”.
Nas instalações do Carriço, o gás é armazenado em alta pressão em cavernas criadas no interior de um maciço salino, a profundidades superiores a mil metros. Actualmente encontram-se em operação seis cavidades que utilizam a mesma estação de gás de superfície, permitindo a movimentação bidireccional de fluxo, ou seja, a injecção de gás da rede de transporte para as cavidades e a extracção de gás das cavidades para a rede de transporte.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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