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LILIANA M. PIMENTEL/RICARDO C. JOAQUIM

Educação: uma análise ao ano lectivo 2021/2022 nas Terras de Sicó

17 de Setembro 2023

No último dia definido em calendário escolar para o arranque do ano lectivo 2023/2024, pretendemos neste artigo fazer uma breve caracterização do ano lectivo 2021/2022, tendo por base dados do ensino pré-escolar, básico e secundário (público e privado) da Região. Para tal consideram-se os indicadores: alunos matriculados por população residente, áreas de formação mais frequentadas no ensino secundário, “aluno por professor” e “aluno por computador”.

No ano lectivo 2021/2022, Pombal e Ansião são os concelhos onde uma maior percentagem da população residente se assume como alunos matriculados nas escolas do concelho (15%), seguidos de Condeixa com 12%, Soure 11%, Alvaiázere com 10% e Penela com 8%. Note-se que cerca de 81% dos alunos matriculados na Região frequentaram, neste ano lectivo, o ensino público e os restantes 19% o ensino privado. Relativamente ao ano lectivo anterior verifica-se um aumento de 289 alunos matriculados, por via da variação positiva de alunos em todos os concelhos, à excepção de Alvaiázere e Penela. Já no ano lectivo 2021/2022, o número de docentes nas escolas foi de 1.434, continuando a evidenciar uma tendência de decréscimo, menos 20 professores face ao ano lectivo transacto.

Inspirados no rácio “aluno por professor”, calculado e divulgado pelo gabinete de estatísticas da União Europeia, Eurostat, apresentamos para as Terras de Sicó o referido indicador. Verifica-se que no ano lectivo 2021/2022, cada professor da Região tem a seu cargo nove alunos, valor que se situa abaixo da média nacional de 11 alunos. Números mais baixos deste rácio tendem a ser indicativos da possibilidade de um trabalho de maior proximidade por parte dos docentes, mas que não deve ser confundido com a dimensão média das turmas nas escolas de cada concelho. A medalha de ouro vai para os estabelecimentos de ensino de Alvaiázere, onde se distribuiu, em média, três alunos por cada professor. A seguir encontra-se Penela onde cada professor tem, em média, nove alunos a seu cargo, Condeixa e Soure com 10 alunos por professor, Ansião e Pombal com 11 e 12, respectivamente. Observa-se igualmente que o número médio de alunos que cada professor teve a cargo no ano lectivo 2021/2022 é superior nas escolas privadas da Região, quando comparado com os valores das escolas públicas. Veja-se o exemplo do concelho de Pombal: no sector público, cada professor no ano lectivo 2021/2022 teve, em média, 10 alunos a seu cargo, ao passo que no sector privado o rácio se registou nos 23 alunos.

Constata-se que no ano lectivo 2021/2022, os alunos matriculados no ensino secundário da Região optaram por duas grandes áreas: a área cientifico-humanística (47%) e cursos profissionais (43%). Penela é o único concelho onde a totalidade de alunos matriculados no ensino secundário opta pela vertente de cursos profissionais. Já nos restantes concelhos, os alunos tendem a optar de forma maioritária pela frequência do curso científico-humanístico, na escola pública (86%). Do detalhe dos dados, é ainda possível concluir que os cursos profissionais frequentados pelos alunos correspondem essencialmente à oferta das escolas privadas (61%), com Alvaiázere, Ansião, Penela e Pombal a assumir o pódio desta oferta no território.

Em termos dos recursos tecnológicos, no ano 2021/2022 registou-se nas Terras de Sicó a existência de 1,7 alunos por computador, ou seja, não existia um computador disponível para cada aluno matriculado. De destacar que em relação há uma década, em todos os concelhos se registou uma diminuição do número de alunos por computador, com maior expressão nas escolas do concelho de Ansião e Condeixa, -40% e -37%, respectivamente. Mas, só no concelho de Penela é possível verificar a política “1 aluno – 1 computador”. Numa altura em que se perspectiva a escola do futuro como cada vez mais digital, as escolas de Penela, Alvaiázere e Ansião são as que apresentam resultados mais favoráveis neste indicador no ano lectivo 2021/2022: 1,0 aluno por computador, 1,2 alunos por computador e 1,5 alunos por computador, respectivamente.

Estes e outros indicadores poderão assumir-se como uma forma de avaliar a situação da educação na Região. Não esquecendo que esta área deve ser vista pelos decisores políticos como um dos investimentos mais sustentável, capaz de impulsionar o crescimento económico a longo prazo, estimular a inovação, fortalecer as instituições e promover a coesão social de um território.

Votos de um excelente ano lectivo 2023/2024 para todos/as!

Nota: Este estudo foi realizado com base em dados recolhidos no PORDATA e Direcção Geral de Estatísticas da Ensino e Ciência.

Liliana Marques Pimentel – Professora universitária na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Residente em Anobra (Condeixa)

Ricardo de Carvalho Joaquim – Licenciado em Economia, mestre em Contabilidade e Finanças na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e professor na Escola Tecnológica e Profissional de Sicó. Residente em Alvaiázere.


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