“É necessário unir esforços para superar os desafios contemporâneos para o progresso da região e do país, através da instalação de unidades agro-industriais modernas, capazes de acrescentar qualidade e escala de comercialização aos produtos, e, consequentemente, mais valor à produção, nomeadamente, do azeite, vinho, queijo, mel e de pequenos ruminantes (borrego e cabrito), que constituem a alavanca indispensável e excepcional para o progresso da região tendo em conta a sua elevada qualidade e valor económico”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Ansião, António José Domingues, durante a sessão solene de abertura das Festas do Concelho, que se realizaram entre 10 e 13 de Agosto, defendendo o cooperativismo como “a forma mais capaz de fazer face a estas dificuldades”.
Para o autarca ansianense, “é necessário articular, concretizar, simplificar, territorializar”, para que “os instrumentos de política europeia e nacional cheguem aos territórios que sofrem vários problemas e requerem medidas eficazes à sua afirmação e sobrevivência”, numa lógica de “coesão, sustentabilidade, integração e especificidade”, onde para além das questões económicas e sociais, “é urgente, garantir a manutenção do espaço agro-florestal sendo, para isso, imperativo manter e estimular a actividade agrícola através da valorização dos produtos endógenos”.
Durante a cerimónia, onde marcou presença o secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, António José Domingues aproveitou ainda a oportunidade para relembrar que “não pode deixar que a concorrência imposta pela produção em escala suprima a actividade desenvolvida pelos nossos pequenos produtores e, consequentemente, contribua para a descaracterização e abandono desta enorme riqueza que caracteriza a região”.
Já Gonçalo Rodrigues afirmou que “temos que apostar de uma forma muito musculada e muito robusta na tentativa de encontrar soluções para dinamizar e acrescentar cada vez mais valor àquilo que é a realidade do minifúndio”.
Sobre a ameaça dos fogos, o secretário de Estado da Agricultura referiu que é impreterível “a agricultura imperar no território, com o complexo agro-florestal cuidado, os matos tratados e não abandonados”.
Desta forma, o governante anunciou que “haverá brevemente uma medida de apoio”, denominada Emparcelar para Ordenar, “capaz de dar fomento aos próprios jovens agricultores ou jovens empresários rurais e à agricultura familiar, para que possa de alguma maneira criar mais dimensão, criar parcelas de proximidade, minimizando os custos, permitindo aumentar a diversidade, acrescentar cada vez mais valor na tentativa de que o território saia defendido”.
Opinião reiterada pelo presidente da Assembleia Municipal de Ansião, José Miguel Medeiros, que apelou à unidade e colaboração de empresários, administração local, agentes económicos e sociais “a continuar a trilhar caminhos conjuntos”, especialmente no que respeita ao sector agrícola, onde, defende, o reforço do associativismo e o cooperativismo como forma de ultrapassar problemas de dimensão das explorações e da escala de produção. Concretizando: “a falta de uma adega cooperativa para agregar os pequenos produtores individuais sem escala para criar marcas próprias é um factor altamente limitativo para que se possam apoiar, fomentar e aproveitar as pequenas produções individuais”.
A concretização do IC8, no troço entre Pombal e o Avelar, também não foi esquecido por parte do presidente da Câmara de Ansião, recordando que a via carece de uma “intervenção estrutural em toda a sua extensão”, que virá a contribuir para a coesão territorial, “fazendo todo o sentido na estratégia de ligação ao interior”.
Recorde-se que as Festas do Concelho de Ansião, que engalanaram a vila entre 10 e 13 de Agosto, contaram com a presença de 67 expositores, numa mostra de actividade do tecido empresarial e económico do concelho, artesanato, instituições de solidariedade, colectividades desportivas e culturais, num total de 80 stands entre os quais se contavam as tasquinhas gastronómicas.
O evento contou, ainda, este ano com a realização do Cortejo Alegórico, iniciado em 1961 mas com interregno desde há cinco anos, num desfile que juntou uma dezena de associações concelhias.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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