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Penela: Vinisicó assinala amanhã 30 anos do vinho certificado da sub-região Terras de Sicó

7 de Julho 2023

Os municípios das Terras de Sicó “não conseguem olhar para a região com o vinho como um factor agregador”, lamenta Gonçalo Moura da Costa, presidente da Vinisicó, associação de vitivinicultores que amanhã (8) assinala os 30 anos do vinho certificado da sub-região.

O enólogo aponta o exemplo dos municípios do Douro, “que se uniram através do vinho”. “Este ano a cidade nacional do vinho não é uma cidade, mas, sim, todos os concelhos que fazem parte da Região Demarcada do Douro, porque eles perceberam algo que as Terras de Sicó ainda não conseguiram perceber: conseguem unir-se e juntar-se através de um produto chamado vinho e esta realidade é essencial que aconteça nas Terras de Sicó”, preconizou Gonçalo Moura da Costa no decorrer das Jornadas de Vitivinicultura realizadas, no passado dia 25 de Junho, no âmbito da Vinália, em Podentes.

“Nós andamos aqui, uns a puxar pelo chícharo, outros puxam pelo pinhão ou pelos romanos, e não sendo pejorativo em relação a estes produtos endógenos, nem sobre estas realidades arqueológicas ou paisagísticas, mas, efectivamente, o factor vinho é o único que agrega todos os concelhos. E este factor pode puxar todos os outros, como acontece em todo o mundo, mas ainda temos alguma letargia de assumir isto como uma realidade”, afirmou ao TERRAS DE SICÓ, à margem daquela sessão.

O líder da Vinisicó aponta o dedo a “alguns presidentes de Câmara” e ao GAL [Grupo de Acção Local] Terras de Sicó, “que deveria ter um papel mais determinante nesta realidade”.

No decorrer da sua intervenção nas referidas jornadas, Gonçalo Moura da Costa saudou o presidente da Câmara de Penela, Eduardo Santos, pela “capacidade de ver um bocadinho mais longe de que os outros seus conterrâneos autarcas, que muitas vezes não têm essa capacidade de perceber que pelo vinho pode chamar-se os territórios”.

Em declarações ao TERRAS DE SICÓ, o enólogo pediu “mais compromisso de todos, mais compromisso do território, que se deve vender como território de vinho”.

Caminho de progressos

Porém, convicto de que “o caminho faz-se caminhando”, o bairradino olha três décadas para trás e vê “uma região que quase ninguém conhecia e que muito poucos consumiam”.

“Houve imensos erros no passado e agora temos de saber resolvê-los quanto antes, senão vamos perder o fôlego e a capacidade de afirmação”, defende, sublinhando que “nos últimos quatro anos andámos muito mais do que nos outros 26, o que faz com que estejamos agora em ritmo de cruzeiro e é importante que ninguém nos faça parar”.

Os vinhos Terras de Sicó são produzidos na IG Beira Atlântico, sub-região Terras de Sicó, e como estipula a portaria de 1993 que lhe deu origem devem seguir as tecnologias de elaboração e as práticas enológicas tradicionais, bem como as legalmente autorizadas.

A área geográfica de produção limita-se aos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Condeixa, Penela e Soure, e às freguesias de Abiúl, Vila Cã, Redinha e Pelariga (Pombal), Lamas (Miranda do Corvo) e Aguda (Figueiró dos Vinhos).

“Acredito que daqui a 30 anos vamos estar muito mais orgulhosos porque vamos caminhar muito mais nestes anos que aí vêm. Quando aqui cheguei há 18 anos, ninguém falava sobre nós; hoje as pessoas já falam, as nossas marcas aparecem nos grandes concursos nacionais, nos grandes certames, aparecem nas mais reputadas revistas da especialidade, e isso há muito pouco tempo que não acontecia”, reforçou.

Para Gonçalo Moura da Costa, a região “é pequena, temos coisas que podemos melhorar, mas temos um potencial imenso que ninguém pode ignorar”.

Evocar os 30 anos dos Vinhos Terras de Sicó é “mostrar unidade, unidade na diversidade e na diferença de cada um e fazer com que possamos estar no mapa uma vez mais e no centro daquilo que é importante”.

A data será assinada amanhã (8), com um ‘sunset’ [pôr-do-sol] no Castelo de Penela, a partir das 16h00, abrilhantado pelo DJ Antoine e organizado pela Vinisicó, sediada em Alfafar. À noite, realiza-se um jantar comemorativo num restaurante da vila de Penela.

Confraria é “mais-valia essencial”

A criação da Confraria dos Vinhos Terras de Sicó, cuja escritura de constituição deverá ocorrer este mês, é vista com agrado pelo presidente da Vinisicó. “Dinamiza os vinhos da sub-região e é uma mais-valia essencial, tendo um factor importante: nascendo numa região muito pequena tem a apadrinhá-la a grande Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos, o que dá um enorme ânimo de poder ser uma confraria que nasce para promover o que de melhor há, que são os vinhos certificados Terras de Sicó. Encaro a sua criação como um passo muito importante para a promoção e divulgação dos nossos vinhos”, enfatizou Gonçalo Moura da Costa, assegurando o apoio ao projecto da associação que dirige. A sede da futura confraria será nas instalações da Vinisicó, em Alfafar (Penela).

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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