A poucos meses de se completarem dois anos desde que Pedro Pimpão assumiu a liderança da Câmara Municipal de Pombal, o edil fazer um balanço “muito positivo” do mandato, e revela algumas das estratégias que a autarquia tem vindo a desenvolver no sentido de transformar Pombal num concelho “mais verde, mais digital e mais atractivo”.
TERRAS DE SICÓ (TS) – No Dia do Município, em Novembro passado, disse que Pombal quer ser “mais verde, mais digital e mais atractivo ao investimento”. Que estratégias tem vindo a ser desenvolvidas nesse sentido?
PEDRO PIMPÃO (PP) – Neste momento estamos em fase de conclusão do Plano Estratégico Pombal 2023, que é um plano de acção que estamos a elaborar envolvendo as instituições e a comunidade no sentido de nos alinharmos com as estratégias de outros documentos que estão a ser elaborados a nível regional e nacional, como do Centro2030 e do Portugal2030. Actualmente está a decorrer um período de participação pública desta acção, onde estabelecemos quatro objectivos temáticos que pretendem corresponder a esta nossa visão de ter um concelho mais verde, mais digital e mais atractivo ao investimento económico e à fixação de pessoas. Aproveito esta oportunidade para apelar aos cidadãos para que dêem o seu contributo. Quando me candidatei apresentei um caderno eleitoral, que estou a cumprir, mas acho que no contexto que estamos a viver, com este novo ciclo de financiamento comunitário, temos que alinhar aquilo que são as nossas acções com as estratégias de financiamento existentes. No que diz respeito ao ‘Pombal mais verde’ assumimos o compromisso, por exemplo, de plantar uma árvore por cada pessoa que tivesse ido votar, independentemente do partido, e com esta acção já plantámos mais de 25.000 árvores no concelho. Avançámos com o plano de fomento da floresta autóctone, em que oferecemos as plantas e apoio na elaboração dos projectos para as plantações. Investimos mais de 1.5 milhões de euros na melhoria da eficiência energética dos edifícios públicos. Estamos a implementar uma mudança na nossa frota automóvel, para veículos eléctricos, onde já temos um autocarro eléctrico, três veículos ligeiros, adquirimos também alguns equipamentos de limpeza urbana e continuamos a trabalhar nesse sentido. Estamos a fazer uma aposta em energia renováveis, como as energias eólica e fotovoltaica, e temos alguns projectos em desenvolvimento. Para além disso, vamos avançar com um projecto-piloto na área dos resíduos orgânicos. Estamos a avançar com o projecto do Parque Verde do Louriçal, e queremos criar uma rede de parques verdes em todas as freguesias do concelho, assim como uma rede de postos de abastecimento de carros eléctricos. Na componente digital estamos a trabalhar em vários projectos de smart cities e de transição digital, onde temos vários projectos que permitem ter uma estratégia integrada de forma a impulsionar o turismo, facilitar a vida dos cidadãos e melhorar o desempenho da administração pública, neste caso do próprio município. No que diz respeito à fixação de pessoas e de atracção ao investimento, estamos a avançar com negociações para alargar os parques industriais, nomeadamente o Parque Industrial Manuel da Mota e o Parque Industrial da Guia, assim como a criação de novos parques industriais no concelho. Neste momento estamos num processo de identificação de proprietário e levantamento topográfico. Criámos a Via Verde para o Investimento, uma plataforma que permite priorizar o investimento económico e a criação de emprego, agilizando os processos de licenciamento. Destaco, ainda, o programa de apoio ao arrendamento jovem, porque queremos fixar jovens no concelho, e estamos a preparar o regulamento para a criação de um programa de apoio à natalidade. Para além disso, outros projectos serão desenvolvidos nos próximos meses.
TS – Lançou o desafio para que as instituições e a comunidade participem activamente na consulta do Plano Estratégico Pombal 2023. A opinião da população é importante para o executivo?
PP – Não tenho medo de tomar decisões e gosto de o fazer, mas sei que ocupo este cargo temporariamente. Enquanto autarca, Pombal não me pertence a mim, pertence aos pombalenses, e, por isso, sinto que tenho a obrigação de envolver as pessoas na definição do rumo estratégico que queremos seguir nos próximos anos. Quanto mais participado for e quanto mais pessoas estiverem envolvidas nestas decisões mais as acções do executivo vão de encontro às expectativas dos cidadãos.
TS – O projecto do ExploreSicó, em construção na aldeia de em Poios, na freguesia de Redinha, tem sido alvo de grandes controvérsias…
PP – O ExploreSicó será um dos projectos mais importantes para a sub-região de Sicó. Sou um profundo entusiasta do projecto desde a primeira hora e que vou ajudar a concretizar, porque entendo que o nosso maciço de Sicó precisa de ter uma infra-estrutura e um ponto de referência para a dinamização de actividades de promoção e de valorização da nossa Sicó. Este ExploreSicó será um ponto comum de valorização do território porque ainda não vemos a Serra de Sicó como um produto global organizado. Creio que o ExploreSicó será o elemento agregador que procuramos. Assim, passaremos a ter um espaço, com exposições temporárias e permanentes, onde pessoas que não conhecem ficam a conhecer perfeitamente as particularidades e a riqueza natural das Terras de Sicó. Para além disso, vamos a ter a oportunidade de intensificar o turismo científico, e posso avançar que estamos a trabalhar com várias instituições de ensino superior e unidades de investigação para promover campus de investigação neste território, que é um laboratório a céu aberto, e que irão permitir aumentar o conhecimento sobre Sicó. Paralelamente, queremos criar um programa onde todos os alunos do primeiro ciclo do concelho, e vou desafiar os meus colegas autarcas de Sicó a fazer o mesmo, tenham expedições científicas, acompanhadas por técnicos especializados, no sentido de todos conhecerem Sicó. O projecto estará concluído, inaugurado e dinamizado em alta rotação até ao final do meu mandato. A obra deverá estar concluída até ao final deste ano, e posteriormente avançamos com outro processo, o de equipar e começar a programar actividades. Não tenho dúvidas de que será um grande investimento para a promoção de Sicó. A partir do momento em que esteja a funcionar, haverá naturalmente um aumento de pessoas a visitar Sicó, mesmo não sendo um el dourado, e nem é isso que queremos: queremos pessoas interessadas e turistas amantes da natureza.
TS – A temática do ensino superior tem sido um desafio para o executivo. Neste momento existe a oferta de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), mas a aposta passa pela introdução de outras ofertas formativas…
PP – Neste momento, e durante este último ano conseguimos algo muitíssimo importante para consolidar o ensino superior em Pombal nos próximos anos, que é a construção de uma residência de estudantes do ensino superior, e que surge no âmbito do PRR. São 42 camas, num edifício que se vai construir na zona histórica da cidade e que vai permitir alcançar três objectivos: primeiramente, vamos aumentar o grau de compromisso do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) com Pombal, vamos criar condições para que tenhamos sempre um número significativo de jovens com resposta de habitação para estudar em Pombal e permite-nos contribuir para a revitalização da zona histórica da cidade. Estamos a acompanhar os projectos da especialidade, e quero muito que esse procedimento possa avançar ainda este ano. Paralelamente, queremos vir a ter novos TeSP, nomeadamente na área do Turismo de Natureza, ter mais formações ligadas à Saúde, e queremos reforçar a aposta na área das engenharias. É, ainda, nosso sonho concretizar um novo pólo de ensino superior em Pombal, um Pólo de Inovação e Conhecimento, onde possamos evoluir para as licenciaturas, mestrados e pós-graduações, e assumo que muito brevemente vamos lançar o concurso para este projecto.
TS – Muita tinta tem corrido sobre a nova linha ferroviária de alta velocidade. Como encara o projecto?
PP – Esta questão preocupa-me muito, não só para a região como para o país. Estrategicamente, o que devíamos fazer era apostar nas nossas linhas ferroviárias existentes: devíamos olhar para a Linha do Norte e reforçar o papel que esta infra-estrutura tem para o país, e para a Linha do Oeste, onde devíamos avançar rapidamente para a sua modernização. Se tivéssemos estas linhas cada vez mais dinâmicas creio que teríamos um impulso para a mobilidade no nosso país, e para a nossa região. No meu entender a linha de alta velocidade faria muito mais sentido para uma ligação europeia e não para uma ligação entre o Porto e Lisboa. O que me preocupa é que este projecto, e estamos a falar de um investimento muitíssimo grande, é muito pouco consensual e das reuniões que tenho tido com outros autarcas não me augura nada de bom. Creio que existem outros investimentos, ao nível rodoviário e ferroviário, que seriam muito mais importantes para a região.
TS – Que balanço faz deste segundo ano de mandato?
PP – O balanço é muito positivo porque faço aquilo que gosto e faço-o com paixão. Quando me candidatei assumi o compromisso de fazer tudo aquilo que estava ao meu alcance para promover o meu concelho e para criar condições para que as novas gerações se possam fixar e tenham orgulho em viver em Pombal. Creio que, e apesar das inúmeras dificuldades que existem e do contexto internacional super exigente, estamos a criar condições de forma programada e estratégica para que Pombal seja um concelho com futuro.
ANA LAURA DUARTE
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