A reconfiguração do pátio de entrada, com a abolição do parque de estacionamento, e um novo acesso principal ao edifício são duas das principais novidades da ampliação e remodelação do Museu Monográfico de Conímbriga (MMC), em Condeixa, cujo projecto de arquitectura foi apresentado no passado sábado (10) e representará um investimento de cerca de cinco milhões de euros, suportados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
De acordo com o projecto, da autoria do arquitecto Paulo Providência, a actual zona de estacionamento será deslocalizada, nascendo no local um acesso pedonal à entrada no museu, que também será nova, a nascente.
“O acesso existente e a presença automóvel introduz uma perturbação muito grande na percepção do edifício, para além de que oculta parte da muralha augustana e da porta de Sellium”, salienta Paulo Providência, referindo que “a entrada do edifício deve ser identificada autonomamente, sem a presença dos veículos automóveis, e todo o estacionamento tem de ser relegado para uma posição complementar a este acesso autónomo”, preconiza o arquitecto, indicando o pátio de entrada como um “elemento identitário do museu”.
Conferir identidade a um “edifício construído por adições”, responder a novas necessidades de uso público do museu e requalificar os serviços técnicos incorporando novas valências, como o serviço de restauro de mosaico, actualmente a funcionar em “instalação precária”, são os objectivos da ampla intervenção que deverá iniciar-se no decorrer do próximo ano e estar concluída em 2026.
Para além dos espaços exteriores, a empreitada abrange, ainda, o interior do edifício, nomeadamente, o auditório, a recepção e os espaços de exposição temporária e permanente. Estão igualmente contemplados os espaços de formação e consulta dos acervos, bibliográficos e arqueológicos, bem como a estruturação das áreas internas de serviços técnicos, incluindo a ampliação das áreas de reserva e arquivo, a reformulação das áreas laboratoriais, a criação de novas áreas de restauro de mosaico e a requalificação dos espaços de gabinete para técnicos e investigadores.
“A relevância deste projecto, num museu em que a reserva se encontra repleta, é fundamental para perspectivar o futuro da investigação e da museologia do campo arqueológico de Conímbriga”, adiantou o director do museu monográfico, Vítor Dias, apontando ao “potencial tremendo” daquele local.
O projecto de expansão foi apresentado no dia em que o MMC, inaugurado em 10 de Junho de 1962, assinalou os 61 anos de actividade.
A secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, presente na sessão que também formalizou a assinatura da adjudicação do projecto de arquitectura, sinalizou que o investimento em Conímbriga é “o mais expressivo previsto para os museus nacionais” no que respeita aos 150 milhões de euros destinados no PRR para requalificar equipamentos culturais classificados.
“São cinco milhões de euros para transformar por completo o museu e trazer mais gente a Conímbriga, a Condeixa e à região”, congratulou-se, por seu lado, o autarca condeixense, Nuno Moita.
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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