O Primeiro-Ministro (PM) em consciência não poderia aceitar a demissão do Ministro das Infraestruturas e o Presidente da República (PR), ainda o PM estava na conferência de imprensa, já emitia conscientemente um comunicado a afirmar que não concordava com o PM.
Ficaram os dois mal na fotografia que tem como pano de fundo 10 milhões de pessoas. E os detalhes? O PM reuniu-se com o Ministro e este fez um comunicado público a demitir-se. Foi combinado que ele (Ministro) faria o comunicado e o outro (PM) não aceitaria, encenando na praça pública o que poderia ter sido feito de forma discreta no recato de um gabinete, após uma conversa? Se foi encenado, é mesmo gozar com quem trabalha, se assim não foi, é mais uma trapalhada de um governo que tem mais um Ministro que está a ser obrigado a governar.
Durante o dia, já corria nos órgãos de comunicação que o PR desejava a demissão do Ministro. Ora, isto nunca deveria ser público para deixar a devida autonomia política ao Governo. O PM está obviamente incomodado e perante o que se passava, quis mostrar quem manda.
Temos, agora, uma ruptura entre o PM e o PR, definitiva e sem retorno. O PM corre agora sozinho numa pista, seguido por um conjunto de pessoas que, na sua maioria, não tem nenhuma força política para gerir os seus dossiers. O PR compreendeu que dali não levará mais nada e vai ter de fazer as contas a Portugal. É que, para quem esteve atento às palavras do PM, este indirectamente chamou populistas a todos os que pensam de forma diferente, incluindo o Presidente da República, num caso “deplorável” (o termo é do próprio PM) como o que aconteceu naquele Ministério.
É assim que ficamos. Hoje, ficou claro que não haverá governo até ao fim porque se o PM é um tacticista, o PR sabe bem quem é Maquiavel.
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