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Coimbra: Estudo evidencia satisfação das mulheres com rastreio de cancro da mama

16 de Março 2023

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC.LPCC) apresentou, hoje, o resultado do estudo “Avaliação da percepção das utentes quanto à participação no Programa de Rastreio de Cancro da Mama”. Além de outras conclusões importantes, o estudo evidencia que 99,7% das mulheres está satisfeita com a participação no programa de rastreio, no entanto, cerca de um terço das mulheres considera que o medo de descobrir algo de errado pode ser uma barreira à participação no rastreio.

O estudo foi desenvolvido pelo NRC.LPCC em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, em particular, pelo investigador responsável pelo trabalho, Bruno de Sousa, envolvendo, ao todo, 21 investigadores, nomeadamente da Universidade de Coimbra, do NRC.LPCC, da Universidade de Göttingen (Alemanha) e da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Esta análise avaliou, de um modo geral, a percepção quanto à participação das utentes no programa de rastreio de cancro da mama, concluindo, entre outros aspectos, que mais de 20% das mulheres tem uma percepção inadequada da importância dos exames de saúde; a maioria das mulheres não percepciona grandes barreiras à participação no programa de rastreio; uma percentagem ainda significativa de mulheres (43,3%) parece não reconhecer os benefícios da mamografia ao nível da realização de tratamentos menos invasivos caso seja descoberto um nódulo; a grande maioria das mulheres que participaram no programa de rastreio parece não manifestar consequências negativas a nível emocional e comportamental após a convocatória e desde a realização da mamografia até ao conhecimento do resultado; ter a certeza de um resultado negativo, quer na mamografia quer na consulta de aferição, traz uma maior sensação de segurança e permite que as participantes se sintam mais relaxadas; cerca de um terço das mulheres considera que o medo de descobrir algo de errado pode ser uma barreira à participação no rastreio; e 99,7% das mulheres diz-se satisfeita, de um modo geral, com a participação no programa de rastreio.

O cancro da mama é um problema de saúde pública com elevada incidência e taxa de mortalidade, sobretudo na mulher. Em Portugal, estima-se que em 2020 tenham sido diagnosticados cerca de 7.000 novos casos e 1.800 mortes provocadas por este tipo de cancro.

A prevenção secundária destaca-se como a principal arma na redução da mortalidade por cancro da mama, seja numa perspectiva individual – de detecção precoce -, seja numa perspectiva colectiva – o rastreio populacional. O principal objectivo do rastreio consiste em reduzir a mortalidade por cancro da mama, podendo ser definido como a aplicação de um teste para identificar precocemente a doença assintomática.

Perante este panorama, o NRC.LPCC realizou este estudo que avaliou a percepção quanto à participação das utentes no rastreio de cancro da mama, considerando uma amostra de mulheres que participaram neste programa realizado por aquele núcleo, de Março de 2020 a Novembro de 2021, um processo de recolha de dados que, segundo um dos investigadores e, também, psicólogo clínico do NRC.LPCC, Tiago Paredes, “revelou-se muito difícil uma vez que foi feito em tempo de pandemia”.

Já à margem da sessão, em declarações aos jornalistas, o presidente do NRC.LPCC, Vítor Rodrigues, frisou que, apesar dos números apresentados não serem maus, há um caminho a percorrer que passa, nomeadamente, “pela sensibilização, no sentido destas mulheres terem cada vez menos medo. Há ainda aquela ideia de «eu não tenho nada, portanto, não preciso», há algum desleixo e é preciso ter, cada vez mais, uma cultura da saúde e não uma cultura da doença. O benefício é diagnosticar mais cedo, mas o problema é que se for para tratar da saúde não queremos saber muito, mas se é para tratar a doença é para o dia anterior. É quase um «pecado» não aproveitar algo que é fornecido gratuitamente”, conclui.

A secretária-geral da direcção do NRC.LPCC, Natália Amaral, realçou ainda que “todas as mulheres convocadas para a consulta de aferição são abordadas, previamente, por um psicólogo do NRC.LPCC, uma acção que pode diminuir o medo do rastreio evidenciado por algumas mulheres”.

(Na foto, Bruno Sousa, Natália Amaral, Vítor Rodrigues e Tiago Paredes, hoje, na apresentação do estudo)


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