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Alvaiázere: Bombeiros comemoram 83.º aniversário amanhã e projectam centro de formação

18 de Março 2023

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere (BVA) não desiste do “sonho” de ver construída uma unidade local de formação, um centro de treinos “virado para os incêndios urbanos e industriais, essencial para o aperfeiçoamento técnico da nossa actuação, com estruturas reais que permitirão uma melhor formação”.

O local para a implementação do projecto está identificado. Trata-se de “um terreno em frente ao quartel dos BVA, que estamos a tentar negociar com os proprietários”, adianta Mário Bruno, sublinhando que a infra-estrutura, que poderia vir a ser utilizada também por outras corporações, “tornava a personalidade deste corpo activo muito mais rica dentro daquilo que é a nossa experiência”.

“Sei que é difícil, mas o sonho comanda a vida. Depois das obras do quartel e da renovação do parque de viaturas, seria a cereja no topo do bolo dentro daquilo que é o meu mandato de comandante”, enfatiza Mário Bruno.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere assinala no próximo domingo (19) o 83.º aniversário, com um desfile apeado, sessão solene e almoço comemorativo.

“Os Bombeiros de Alvaiázere estão bem dentro daquilo que são as complexidades inerentes ao dia-a-dia das corporações e os problemas crónicos, como a falta de apoio por parte do governo central e a dificuldade na manutenção dos bombeiros em concelhos de baixa densidade”, sublinha o comandante.

Vive-se por Alvaiázere uma “fase de estabilidade, directiva, do corpo activo, de comando”. “Mas muito também se deve ao apoio inexcedível da autarquia. Se não fossem os municípios, e eu falo do meu, com as ajudas que têm dado e a disponibilidade que sempre têm manifestado, teríamos dificuldades sérias e até de sobrevivência”, realça Mário Bruno.

Mais apoio do poder central

A corporação alvaiazerense, tão como aconteceu na generalidade do país, “abanou um bocado” durante a pandemia, devido a diminuição das receitas provenientes do transporte de doentes, mas foi possível, entretanto, ir repondo a normalidade.

“Foi uma gestão criteriosa por parte da direcção que permitiu melhorar a massa salarial dos bombeiros profissionais desta casa, porque não podemos continuar a ser o parente pobre da protecção civil e se queremos equipararmo-nos aos melhores também temos de pagar como os melhores. Vi com bom agrado o esforço financeiro por parte da direcção para melhorar as condições salariais dos funcionários”, reforça o comandante da corporação.

Mário Bruno continua a reclamar um “maior apoio do poder central aos bombeiros voluntários, nomeadamente financeiro”, apontando a uma melhoria dos valores a pagar pelo transporte de doentes, em que ainda vigoram tabelas de preços de há uma década.

No próximo domingo deverá ser também benzida uma nova ambulância de transporte de doentes não urgentes, adquirida no âmbito da política de renovação da frota.

As comemorações de aniversário marcadas para domingo, e atrasadas uma semana devido à realização do Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, compreendem o toque de sirene (8h30), seguido do hastear da bandeira com guarda de honra. Às 10h00 realiza-se o desfile apeado pelas ruas da vila e a homenagem a bombeiros e directores já falecidos (10h45). Para as 12h00 está marcada a sessão solene e a entrega das tradicionais condecorações aos bombeiros, a que se seguirá o almoço convívio para bombeiros e convidados.

“Escola Nacional de Bombeiros continua um problema”

Mário Bruno não poupa críticas à Escola Nacional de Bombeiros (ENB), que “embora tenha a palavra bombeiros, o que lhe dá credibilidade e a qualidade que tem de ter, continua a ser um problema para os bombeiros”.

“Nós não temos dificuldade de recrutamento de elementos porque temos 21 estágios, o problema é que a ENB é muito rígida e pensa de uma forma completamente desligada da realidade e das necessidades dos bombeiros, porque os miúdos só podem ser bombeiros a partir dos 18 anos, só podem fazer cursos para ingresso na carreira de bombeiro depois do 12.º ano, mas o que acontece  é que depois do 12.º ano vão para as universidades, surgem outros chamamentos, e deixam de ter disponibilidade para frequentar esses cursos obrigatórios”, explica o comandante da corporação alvaiazerense, referindo que tem vindo a alertar para esta situação, “toda a gente sabe que está mal, dizem que tenho razão, mas ninguém faz nada para mudar”.

Para Mário Bruno, “Portugal é um país sui generis. Pode mudar-se de sexo aos 16 anos, com autorização dos pais, mas não se pode tirar um curso nos bombeiros para salvar vidas”, constata criticamente.

 [NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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