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Soure: Projecto CLDS 4G – Toca a Mexer vai prolongar-se até Junho

19 de Fevereiro 2023

Trabalhos manuais, workshops, ateliers, actividades terapêuticas, teatro, dança, música ou cinema. O que não falta no projecto CLDS 4G Soure – Toca a Mexer, são actividades cujo foco se dirige para o “envelhecimento activo e no apoio à população idosa”.

O programa, promovido pela Câmara Municipal de Soure, e coordenado pela Santa Casa da Misericórdia de Soure (SCMS), com uma dotação financeira de 396.000 euros, arrancou a 6 de Fevereiro de 2020 e desde essa altura até ao presente muito foi alterado, ou adaptado, afinal estamos a falar de um período de tempo em que o Mundo foi assolado por uma pandemia que ditou novas regras de convivência.

“No período de pandemia tivemos de alterar toda a estratégia e a metodologia que estava prevista”, conta Ana Quitério, coordenadora do projecto, enquanto explica que “na altura, devido às restrições impostas pela Direcção Geral de Saúde, não podíamos realizar actividades em grupo, ou seja, tivemos de projectar actividades a título individual”. Actividades essas que “acabaram por ser muito personalizadas, e onde sentíamos uma grande preocupação com a vulnerabilidade dos idosos, que era o grupo de maior risco”.

Meses mais tarde, “em função de algumas normas impostas pela Segurança Social, começámos a trabalhar a partir de outras metodologias, e a desenvolver actividades de apoio e vigilância, com contactos regulares através de canais de comunicação não presenciais”, para além de “ajudarmos com a realização de compras, como bens alimentares e de medicamentos, ou no processo de entrega de bens enviados pelas famílias”, uma vez que “as próprias famílias tinham receio de ir a casa dos idosos”, passando a equipa, constituída por três elementos, da qual faz parte um psicólogo, um animador social e um assistente social, a desenvolver um “papel de mediadores”.

Tempos de “reinvenção e de readaptação” que deixam “um sentimento de dever cumprido” e apesar de na altura “não estarmos a cumprir o plano de acção que estipulámos inicialmente, fizemos aquilo que nos era possível”, e que deixa “um sentimento de missão cumprida”, assegura a responsável e corrobora Manuel Martins, provedor da SCMS, que admite que “em tempos de maior dificuldade a equipa encarou a situação com um grande sentido de responsabilidade”, sendo que “olhando para trás, só podemos estar orgulhosos pelo caminho que percorremos”, garante.

A coordenadora explica que “devido ao período de pandemia, houve verbas que não foram possíveis de aplicar, porque só estávamos a trabalhar individualmente com os utentes”, e por isso, na data prevista para a finalização do programa, agendado para 5 de Fevereiro deste ano “ficamos com um balanço financeiro com saldo positivo”, dai a equipa pediu uma prolongação do projecto, que “foi aprovado até Junho de 2023”.

De regresso à normalidade, a iniciativa que apoia cerca de 200 idosos em situação de isolamento social, não se cansa de apostar em actividades diferenciadores e estimulantes, como sessões de cinema, ateliers de costura, dança ou actividades terapêuticas, workshops de alimentação ou cursos de primeiros socorros, no entanto “o ponto alto das actividades foi a realização de uma peça de teatro, que contou com 55 protagonistas em palco e passou pelas diversas localidades, num total de 14 espectáculos”. Por ali “descobriram-se talentos incríveis”, revela a responsável, sem esquecer que “esta iniciativa só foi possível devido à parceria com o Teatro Trailaró, da Associação Cimeirense”, dando destaque ao “empenho fantástico” do encenador Rui Almeida.

Com olhos voltados para o futuro, Ana Quitério assume que “ficaria muito feliz com a continuidade do projecto”, uma vez que as competências da área social “passaram para a autarquia”.  Afinal “estamos a falar de um projecto que faz a diferença, onde se pretende combater o isolamento social e promover, cada vez mais, o envelhecimento activo”, dando o exemplo de “que trabalhamos com pessoas que acabam por ver outras pessoas apenas no dia em que fazemos as actividades”, ou quando que quando “necessitam de alguma coisa sentem que nos têm como referência e como pilar de apoio”, admite.

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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