Num momento em que mal se governa, talvez seja pedir muito que se pense de forma estratégica e que se tracem planos com indicadores que se possam medir de forma objectiva. Com o Portugal 2030 ainda em fase de elaboração de regulamentos, os territórios têm um desafio (mais um) crítico para o desenvolvimento. A sub-região de Sicó que engloba os territórios de seis municípios deveria, sendo vontade de cada um dos municípios, elaborar um plano estratégico com uma dezena de projectos estruturantes e com um barómetro de indicadores que deveria também ser acompanhado.
Sem entrar em pormenores, julgo que pilares como agricultura e os seus produtos certificados, património construído, histórico e arqueológico, património natural, um eixo dedicado aos mais idosos, outro eixo dedicado aos mais jovens, nomeadamente na habitação, o turismo de base rural, o desenvolvimento empresarial, entre outros que deveriam sair de um fórum estruturado em cada um dos municípios, com as suas principais forças de capital humano e empresarial.
Associado a um plano consolidado de projectos estruturantes deveria ser criada uma bateria de indicadores de desenvolvimento económico, social e demográfico, de modo que se possam medir os resultados das acções. Bem sei que Alvaiázere, Ansião, Condeixa, Penela, Pombal e Soure pertencem a duas comunidades intermunicipais (Coimbra e Leiria), bem sei que há projectos comuns nas CIM, mas a sub-região de Sicó tem um traço que permite a estes municípios afinarem desígnios comuns e que poderiam até ser complementares a projectos que possuem nas respectivas CIM.
Bem sei que é preciso normalmente uma liderança que goste do território, que tenha visão e que consiga mobilizar os restantes, mas este é um desafio que deveria ser concretizado e que só o poderá ser se houver essa força política de algum ou de todos os Presidentes de Câmara.
Bem sei também que o município de maior dimensão e com mais massa crítica, Pombal, poderá ter menos interesse neste desígnio territorial e associativo, mas também sei, por experiência do passado, que Pombal sempre participou com entusiasmo.
Também sei que é crucial envolver a sociedade civil neste tipo de projectos estratégicos, mas isso é o que todos os municípios tentam fazer com os desagastados orçamentos participativos cujo resultado fica demasiado aquém do que se pretende.
Envolver empresas, IPSS, associações, personalidades com experiência de cada um dos concelhos, realizar seis fóruns de cariz municipal e um grande fórum que faça a reunião das ideias e projectos, num documento estratégico para a próxima década só poderá trazer bons resultados. Sei que organizar e estruturar uma ideia como esta poderá ter alguma dificuldade, mas ficarem quietos à roda de uns projectos avulsos, não vai ajudar ao que todos ambicionam. E, talvez, a palavra-chave para isto, seja mesmo ambição. Ambição de fazer a diferença, com pequenos gestos e com atitude.
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