Sentimos uma espécie de confusão geral instalada. Sentimos um desnorte e muita reacção sobre assuntos que deveriam estar bem tratados desde o início. Este sentimento associado a aumentos dos bens alimentares, dos combustíveis, da prestação da casa, entre outros aumentos, deixa as pessoas indignadas e com menos paciência. É a vida, dirão muitos, mas exige-se que a exposição aos vários problemas que somos confrontados, no mínimo, dê para que quem tem responsabilidades, aja com determinação, corrija processos e mude prioridades. Tudo demora demasiado tempo. As agendas não têm prioridades e, porventura, estão cheias de acções banais que não acrescentam valor. Dito de outra forma, não há tempo para o que é importante e não se discute o que é essencial.
São os problemas (do passado e do presente) dentro da igreja católica que deram à “luz do dia” o pior que um ser humano pode fazer. Abusar de crianças menores. Fazê-lo com dolo e até invocando o nome de Deus. As mesmas pessoas que a igreja manda para os confessionários para “perdoar” os pecados das “ovelhas do rebanho”. O que se ouve? Banalidades. Só falta a adaptação da frase “há justiça o que é da justiça, à igreja o que é da igreja!”. Claro que não são todos iguais e não se pode fazer a tal caça às bruxas, mas se há suspeições, têm de ser ouvidos e confrontados, e suspensos, se for caso disso, até conclusão de inquéritos internos. Para bem da Igreja católica, dos seus valores e dos que são crentes.
É o problema do palco das jornadas mundiais da juventude que ia custar cinco milhões, mas que, agora, com o “trabalho” de todos, vai custar menos dois milhões de euros. Uma bagatela para não se terem preocupado antes, evitando uma discussão e humilhação públicas. Saem todos mal, desde a Igreja Católica, Câmara de Lisboa, Governo e até o Presidente da República. Era um grande palco, mas afinal era demasiado caro, apesar de ninguém ter dado por isso. E nós começamos a pensar que se não fosse a comunicação social a divulgar, estes milhões seriam atirados fora, com o dinheiro dos nossos impostos, pois claro. E isto foi como a indemnização da “senhora ex-administradora” e ex-secretária de Estado do Ministro Medina que tem um dom que lhe dá jeito: nunca sabe de nada…
Para terminar, esta semana, entre os pingos das várias notícias trágicas chegadas da Turquia, da Síria e da Ucrânia, e de uma guerra de “balões” entre os EUA e a China, ouvimos que as Comissões de Coordenação das Regiões vão passar a ter quatro vice-presidentes em vez de dois! Não é pelos dois “lugares” a mais, é, mais uma vez, o exemplo e os sinais que são dados.
Associado a isto ainda percebemos que os Presidentes das CCDR poderão ser exonerados caso não sigam as políticas emanadas pelos respectivos Governos. Para quem defende a regionalização e a autonomia dos territórios, este tipo de “nova” legislação é absurda. Em vez de quererem que as CCDR tenham alguma força política e sejam ocupadas por gente competente e que tenha uma visão estratégica para as regiões, cruzando empresas, sistema científico e tecnológico e as várias áreas da governação, querem “empregados” políticos. É isto. E eu que sou completamente contra a regionalização, mas que defendo autarquias fortes e CCDRs com peso político e massa crítica, concluo, que esta nova lei também deverá ser fruto da confusão instalada e que é a forma de “acomodar” os futuros ex-directores regionais da agricultura e de outra área qualquer, como se o que faltasse a esses serviços, fosse essa representatividade formal.
Apetece-me dizer a alguns ministros para fazerem menos reuniões de “coisa nenhuma” e venham passar uma semana por dentro dos serviços descentralizados que dirigem. Venham ver as condições de trabalho, sentir a desmotivação, enfim perceber porque é que funcionam mal e o que é que faz realmente falta.
Site optimizado para as versões do Internet Explorer iguais ou superiores a 9, Google Chrome e Firefox
Powered by DIGITAL RM