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Ansião: Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília celebra 120 anos este sábado

17 de Fevereiro 2023

A celebrar 120 anos de existência, a Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília (SFASC) recusa-se a cheirar a mofo. Durante o percurso, que se iniciou a 18 de Fevereiro de 1903, resistiu a guerras, crises económicas, revoluções mas manteve-se sempre focada em promover o estudo, a defesa e a divulgação da música.

“Toda a história tem os seus momentos, e a Sociedade Filarmónica já passou por muitos momentos altos e baixos”, neste momento “podemos afirmar que o auge dos últimos anos é, de facto, direccionar cada vez mais a nossa instituição para a comunidade e aqui posso afirmar que estamos a conseguir realizar este desígnio”, assume Sandra Carvalho, presidente da direcção.

Para assinalar a efeméride, a instituição está a preparar um concerto comemorativo, que terá lugar no auditório do Centro Cultural de Ansião, já amanhã (18), a partir das 21h00. Antes, realiza-se a recepção, pelas 17h00, à Banda da Filarmónica da Guia (Pombal). No dia seguinte (19) decorre uma arruada pela ruas da vila de Ansião, seguida de missa e de romagem ao cemitério. O almoço serve-se no restaurante Solar da Rainha, onde músicos, familiares e amigos celebram o aniversário de uma das colectividades mais queridas do concelho.

Apesar de secular, a instituição mantém a brisa fresca de quem “tem as portas sempre abertas à comunidade”, e um dos exemplos disso é o “facto da Escola de Música contar com cerca de 80 alunos”, num “sinal de que estamos aqui, e de que os mais jovens nos procuram”, revela a responsável, enquanto explica que a Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília se encontra “numa fase de renovação”, com alunos “que já tocam um instrumento e que já conseguem fazer parte também das fileiras da Filarmónica”, e adianta que em dia de aniversário “vamos ter a estreia de seis meninos que vão actuar pela primeira vez em público”.

De acordo com a dirigente, a pandemia levou a que muitas instituições desta natureza perdessem elementos, mas por ali, em Ansião, “tivemos um efeito completamente contrário, talvez pelo facto de termos continuado com as aulas online”, o que é certo é que “os meninos não desistiram”.

E se ainda se pode pensar que isto das “filarmónicas” é coisa para os velhos, a ideia não pode estar mais errada. Na SFASC é tudo pensado para “cativar os jovens” e prova disso é a “ousadia de fazer coisas muito diferentes”, de que se orgulha Sandra Carvalho. O trabalho tem sido amplamente reconhecido e apesar de não se tratar de uma banda profissional, “conseguimos que grandes artistas nacionais aceitem trabalhar connosco, e mesmo que sejam pagos, se perceberem que não há um suporte digno de se apresentarem também não aceitam o convite”, admite. Falando em ousadia, e com a SFASC a celebrar um aniversário “tão redondinho”, a presidente da direcção assume que “este ano queremos fazer um concerto como ainda não se viu”. Sem revelar detalhes, garante que a ideia é “celebrar os 120 anos de forma diferente”.

Em jeito de balanço, Sandra Carvalho, admite que apesar “de termos uma agenda óptima” para este ano, com a “retoma de todas as festas que já tínhamos no pré-covid” e de “outras comissões, com quem não tínhamos contacto, nos querem a participar das suas festas”, os “valores que vamos angariando ao longo do ano servem para suportar as nossas despesas correntes”, e admite que “o melhor presente de aniversário que a instituição poderia receber, seria aquele que dá resposta às nossas maiores dificuldades: a renovação do espólio e aquisição de instrumentos”.

Segundo a dirigente, “muitos dos instrumentos que temos estão obsoletos, e apesar do dinheiro que vamos gastando, é muito difícil que fiquem ‘como novos’, e paralelamente também vamos precisar de adquirir equipamentos novos”, até porque “temos meninos que querem aprender e não temos instrumentos para lhe disponibilizar”. Uma realidade que “custa muito”.

“Como todos sabem, estamos a falar de instrumentos caríssimos, a qual não temos capacidade financeira para dar resposta”, desta forma, a responsável adianta que a Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília, para além de “ir bater à porta das entidades públicas, como a Câmara Municipal e as juntas de freguesia”, vai “lançar uma campanha de angariação de fundos” com a nota de que “qualquer valor conta, sejam cinco, 10, 50 ou 1.000 euros”.

Actualmente, a SFASC é constituída por mais de uma centena de elementos, distribuídos pela Banda Filarmónica, Orquestra Ligeira, Coral Polifónico a quatro vozes, Orquestra Juvenil, Escola de Música e o recém-criado Coral Infanto-Juvenil. Para o próximo ano lectivo, a direcção da instituição conta, ainda, “retomar um projecto que iniciámos um pouco antes da pandemia, o Sons da Infância”, destinado para “crianças mais pequeninas, dos três aos cinco anos, no sentido de iniciar um contacto com a música, com sessões que estimulam o desenvolvimento”.

‘Filarmonias’ junta dezena jovens músicos da região

No seio da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília surgiu, há 11 anos, um projecto que “acaba por ser regional”: no fim-de-semana que antecede a Páscoa dezenas de jovens vindos de toda a região reúnem-se em Ansião para participar no ‘Filarmonias – Curso de jovens músicos de Ansião’. Este ano, de 5 a 8 de Abril, são esperados “cerca de 70 participantes”. O evento, com inscrições abertas até 31 de Março, vai contar com a direcção artística de “Élio Anes Leal e também temos um conjunto de formadores direccionados para cada um dos instrumentos que são leccionados e culmina com um concerto final, no sábado, 8 de Abril”, adianta a presidente da direcção, Sandra Carvalho. “No último ano antes do Covid, em 2019, tivemos a inscrição de 90 alunos e no ano passado, com este retomar das actividades conseguimos ter meia centena de participantes”, revela, enquanto explica que “este ano esperamos que volte a ser um sucesso”. Sem acreditar que “quantidade signifique qualidade”, a dirigente assume que “por questões logísticas, o ideal seria limitar o evento a 70 participantes”. Uma meta que “gostaríamos muito de alcançar”, remata.

ANA LAURA DUARTE

[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]


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