23 de Janeiro de 2025 | Quinzenário Regional | Diário Online
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PAULO JÚLIO

Por favor, governem!

20 de Janeiro 2023

Todos sabiam que 2023 iria trazer alguma pressão social. Alguns presumiam que a inércia transversal do Governo, mais tarde ou mais cedo, iria ser percebida e começaria a ter consequências. A pressão financeira das famílias misturada com a falta de governação e somada aos “tantos casos” em que o Governo de maioria absoluta se atolou, só poderia dar em descontentamento geral , desde Professores, a Médicos e Enfermeiros, passando por colaboradores da TAP ou por trabalhadores das autarquias, enfim todos os funcionários do Estado ou sobre tutela do Estado.

Porque, realmente, existe um sentimento em cada cidadão de que os seus impostos servem para pouco e, no final, o serviço público é quase sempre sofrível. A falta de liderança, o discurso negacionista e os sucessivos casos de falta de pudor e de ética, serviram de gatilho para trazer boa parte da sociedade portuguesa para as manifestações de rua. Os portugueses queriam estabilidade e por isso preferiram conferir ao PS uma maioria absoluta, e em troca receberam um governo que se ocupa a tentar safar a imagem pública de tantos casos que têm sido públicos e que já nem os mais pacientes aguentam. As intervenções públicas resumem-se a falar destes problemas e das oportunidades do PRR. Como se o PRR nos viesse salvar das areias movediças em que se meteram. Inventam-se uns questionários que, se fossem aplicados aos actuais Ministros e Secretários de Estado, serviriam para mais uma dúzia de demissões. Tenta-se tapar o sol com a peneira, mas todos ou quase todos já perderam a face.

E o povo? O povo perde poder de compra e já não tem paciência para tanta cretinice. O que faz? Os funcionários do Estado saem à rua e carregam no “botão” da pressão social, os outros “rezam” para que isto não se escangalhe ainda mais e temem pelos seus empregos. E os mais jovens? Já não querem saber, a maioria deles procura destino em banda larga, ou dito de outra forma, em Inglaterra, Irlanda, Suíça, Alemanha, entre outras paragens, engrossando o êxodo de pessoas que poderiam, se cá ficassem, ajudar a mudar este País. Assim, ficaremos cada vez mais envelhecidos, com menos massa crítica no Estado, nas organizações empresariais e , claro está, em todos os cargos políticos.

Se não cair de podre, nalgum dos actos eleitorais intermédios, António Costa governará mais tempo do que Cavaco Silva e arrisca-se a não mudar nada de forma estrutural por falta de coragem política ou por estilo ou por outra coisa qualquer que não consigo vislumbrar. Salvo raras excepções, os Ministros são fracos e aparentemente obedientes. É um perfil que deve ser cómodo para quem “manda”, mas que não traz valor a Portugal.

No sábado passado, houve uma reunião geral do PS e a grande mensagem que passou foi que devem escolher melhor os Presidentes de Junta, os de Câmara  e os que vão para o Governo ou para a Assembleia da República. Para rematar a mensagem de Costa, veio o Carlos César afirmar, sem se rir, que o PS deve começar a respeitar mais a ética republicana e a escolher melhor quem nomeia para os vários cargos. Não vi a Mariana Silva, a tal que escolheu um rapaz recém-licenciado para ser seu adjunto e a ganhar cerca de 4.000 € por mês. Não sei se corou com a intervenção do “Chefe”, se ficou mais descansada porque o tal rapaz se respondesse ao questionário, passaria com distinção. E é isto. Pelo menos, para já.


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