De cartão, com recurso a materiais reciclados, de tecido, com porcas e parafusos, de plástico ou metal, no total são 218 os ‘robots’ que estiveram patentes em exposição no Centro Cultural de Ansião, entre 9 e 19 de Janeiro. A mostra é nada mais nada menos que o resultado do trabalho dos ‘pequenos cientistas’ que integram o Clube de Ciência Viva do 1º Ciclo: Viva a Ciência!, promovido pelo Agrupamento de Escolas de Ansião.
De acordo com Carla Raimundo e Manuela Luís, as mentoras do projecto, “o Clube de Ciência é desenvolvido junto de 475 alunos, do pré-escolar, 1.º ciclo e educação especial, com idades compreendidas entre os três e os 14 anos de idade”.
Em jeito de balanço, as dinamizadoras da iniciativa garantem que “os alunos são muito participativos e revelam grande interesse pelos trabalhos propostos”, uma afirmação que demonstra o sucesso da exposição de trabalhos realizados pelos mais novos, com a imprescindível ajuda das famílias, no âmbito da actividade “Se eu fosse um Robot”.
Carla Raimundo adianta que o “grupo revela muito gosto, interesse e curiosidade por todos os trabalhos relacionados com a ciência”. E se os mais distraídos ainda julgam que a ciência é uma coisa chata, os ‘pequenos cientistas’ demonstram precisamente o contrário com “empenho, dedicação e criatividade”.
Por ali, na sala de aula transformada em ‘laboratório’, os alunos são chamados a participar activamente, com “a criação e organização de herbários e catálogos de Natureza”, fazem o “registo digital dos elementos recolhidos” no meio ambiente, sem esquecer o “início da abordagem à Robótica Educativa, com recurso a mini vídeos e outros materiais, introdução à robótica com a apresentação de robôs” ou as “palestra com parceiros na área da robótica”. Ainda ligado ao tema os alunos são também convidados à “criação de cenários para os robôs, e posteriormente à programação dos robôs adaptados aos cenários criados”.
A “construção de um robot de água salgada”, ou a visita guiada ao Museu Botânico de Coimbra ou ao Exploratório- Centro Ciência Viva são outras das actividades desenvolvidas, assim como “a criação do logotipo do Clube”, onde os alunos são convidados a desenvolver as suas aptidões artísticas, e estéticas, com a concepção de uma imagem que represente o projecto, não só dentro da comunidade educativa como também junto da comunidade local e concelhia.
Novas competências
Mas de onde surgiu a ideia de criação deste clube? As mentoras, e professoras do Agrupamento de Escolas de Ansião, estavam sem componente lectiva, sendo que a abertura de candidaturas para criação de novos clubes, por parte da Direcção Geral da Educação e da Rede de Clubes Ciência Viva, tornou o projecto uma realidade. Posteriormente, e depois de submetida uma candidatura ao Projecto de Ciência Viva do 1.º Ciclo, surgiu a aprovação e com ela um financiamento no valor de 10.000 euros para a dinamização de actividades com os alunos.
De forma entusiasta, as mentoras explicam que o programa permite dotar os alunos de novas competências, assim como promover o desenvolvimento cognitivo, fundamental para a sua vida futura. Desta forma, os objectivos principais do Clube de Ciência Viva do 1º Ciclo passam por “abordar conceitos científicos, interligando-os com a prática, explorar conceitos relacionados com as diferentes áreas do saber, desenvolver conceitos relacionados com a proporcionalidade, onde são abordadas noções topológicas”, o que leva à “descoberta de novos conceitos, de forma intuitiva, promovendo a articulação com conteúdos abordados nas áreas curriculares e nas áreas transversais”, explicam as docentes.
Outro dos benefícios deste projecto passa por “fomentar estratégias de resolução de problemas a partir de necessidades identificadas nos projectos, assim como analisar e entender o funcionamento dos mais diversos mecanismos físicos, proporcionando desafios que permitam desenvolver e estimular a criatividade no âmbito do cruzamento de saberes de diferentes áreas”.
Carla Raimundo adianta que os alunos que integram o Clube acabam, também, por “explorar, entender e utilizar as linguagens de programação visual e de outras aplicações digitais”, e realça o “desenvolvimento de valores, atitudes e estratégias de cooperação e inclusão, onde é promovido o trabalho colaborativo e a entreajuda”, remata.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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