A delegação de Alvaiázere da Cruz Vermelha Portuguesa não podia pedir um melhor arranque de ano: a preparar as actividades para 2023, Manuel Pachon David, presidente daquela delegação, revela ao TERRAS DE SICÓ que será “um ano muito dinâmico e cheio de novidades”.
Em jeito de impulso para o que aí vem, o responsável explica que “começámos o ano a ajudar”, referindo-se à “distribuição de cabazes, que normalmente fazemos por altura do Natal, mas que este ano nos pareceu mais apropriado fazê-lo mais tarde”, até porque a “própria Câmara Municipal de Alvaiázere também fez a distribuição de alguns cabazes generosos e achámos que era benéfico não entregar tudo na mesma altura, até porque as necessidades existem ao longo de todo o ano”.
No total foram entregues “entre 110 e 130 cabazes”, distribuídos por “famílias já referenciadas”, mas também por “agregados que ajudamos pontualmente, e onde alguém ficou desempregado, ou porque estão a atravessar uma fase mais complicada, e isso acontece muito recorrentemente”, assegura.
Fazendo as contas de outra forma, por ano a delegação da Cruz Vermelha em Alvaiázere entrega mais de cinco toneladas de bens, distribuídos por cerca de 500 cabazes, uma vez que a instituição “costuma fazer quatro ou cinco distribuições ao longo do ano: por altura da Páscoa, no Verão, no início do Inverno e depois por altura do Natal”. Uma iniciativa que resulta das várias recolhas de bens alimentares junto aos supermercados do concelho, onde “se nota que as pessoas são muito generosas, e temos sido surpreendidos de forma positiva”. Aliás, Manuel Pachon David revela que “até os proprietários desses supermercados, no final da campanha de recolha, acabam também por doar quantidades bastante generosas de bens alimentares”, o que “para nós é um motivo de grande alegria”.
Encontro Nacional de Jovens
As actividades promovidas por esta delegação não se ficam por aí, e já daqui a poucos meses, entre 3 e 5 de Março, Alvaiázere vai receber “mais de uma centena de jovens oriundos de vários pontos do país, imbuídos do espirito do voluntariado jovem”, para a realização de mais uma edição do Encontro Nacional de Jovens da Cruz Vermelha. De acordo com o responsável, “o Gabinete da Juventude, a nível nacional, abre esta possibilidade das delegações locais se disponibilizarem a acolher o evento e a apresentarem uma candidatura”. Das candidaturas apresentadas, “foi seleccionada a nossa, o que nos deixa profundamente orgulhosos”.
O jovem alvaiazerense garante que a equipa “já está a encetar todos os preparativos para receber a comitiva da melhor maneira”, onde “em princípio contará com a presença da presidente da Cruz Vermelha Portuguesa”. Por agora, “estamos na fase de planear pormenorizadamente o programa para esse fim-de-semana, na expectativa de que seja um momento para estarmos todos juntos, não apenas entre quatro paredes, mas que possamos proporcionar uma vivência mais próxima do nosso território, quer ao nível cultural, com a actuação de vários grupos do concelho, mas também para dar a conhecer o nosso património natural, que é riquíssimo”.
Desta forma, “os jovens vão ficar alojados no centro da vila, mas a ideia é criar alguns trajectos que possamos fazer para dar a conhecer não só Alvaiázere, como também outros pontos de interesse no concelho”.
Banco de Ajudas Técnicas
E no que diz respeito a novos projectos, Manuel Pachon David anuncia, entusiasmado, “ideia de organizar uma Gala de Angariação de Fundos”, onde “por um lado queremos homenagear os nossos voluntários guerreiros, por serem nossos voluntários e por contribuírem de forma tão significativa para a instituição”, mas também “para conseguir angariar verbas para fortalecer uma valência que já temos, mas que tem estado subaproveitada, que é o Banco de Ajudas Técnicas”.
E para os mais distraídos, esta valência permite “ceder, a título gratuito e temporário, aos nossos beneficiários vários dispositivos técnicos, como cadeiras de rodas, camas articuladas, canadianas, ou berços”. No entanto, “a nossa ideia passa por investir um pouco mais nesses materiais, que têm alguma procura, e alargar a ajuda não só aos nossos sócios, mas também ao público em geral, através do pagamento de um valor simbólico”. Ou seja, “se alguém, por exemplo, precisar de umas canadianas, ou de uma cama articulada pode alugar o equipamento por um período de tempo, por um valor simbólico, sem que tenha que comprar e despender de valores mais elevados”.
A par desta iniciativa, o jovem explica que a delegação de Alvaiázere conta, actualmente, com perto de 60 voluntários, “sendo perto de 80% jovens alvaiazerenses”, e pretende colocar em acção o projecto “Apadrinhamento de Idosos”, onde “os jovens apadrinham pessoas mais velhas”. A ideia passa por “emancipar os jovens e lhes dar alguma liberdade e autonomia para criar sinergias e actividades com o idoso apadrinhado”, prevenindo desta forma, “a exclusão social, a solidão e o isolamento”, com “visitas regulares e desenvolvimento de actividades, como a literacia digital”.
Banco de Roupa e Loja Solidária
E como se não bastasse, o presidente da delegação da Cruz Vermelha em Alvaiázere, espera receber, “a formalização, parte da Câmara de Alvaiázere, de um pedido que já fizemos há algum tempo, e que informalmente já foi aprovado pelo presidente, para termos uma nova sede”, que ficará localizada “na antiga Escola Primária Cesário Neves, ao lado do posto da GNR, no centro da vila”, onde será criado um Banco de Roupa, “onde os nossos beneficiários possam escolher e ir buscar roupas de que necessitem”.
Paralelamente, a instituição aguarda também a formalização da cedência do espaço de uma das loja do Mercado Municipal, para implementar mais um projecto: a Loja Solidária, “onde qualquer pessoa pode ter acesso a roupas em segunda mão, em excelente estado de conservação, a preços simbólicos, no sentido de promover um conceito de sustentabilidade”. “Com estas duas respostas prevemos conseguir distribuir mais bens, e chegar a mais pessoas”, mostra, confiante na celeridade dos processos burocráticos.
Para terminar, o economista explica que a delegação “não tem recebido inscrições de novos sócios”, e de forma a contrariar a tendência, “estamos a encetar um conjunto abordagens para protocolar com algumas empresas ou entidades locais, de modo que os nossos sócios possam ter algumas mais-valias, como descontos simbólicos ou benefícios em frequentar ou usufruir dos produtos e serviços dessas empresas”.
Sem levantar a ponta do véu, mas entusiasmado com o que por aí virá, Manuel Pachon David assegura que “ainda em fase embrionária, estamos a preparar outros projectos que esperamos implementar brevemente”, prevendo “um ano muito produtivo”.
ANA LAURA DUARTE
[NOTÍCIA DA EDIÇÃO IMPRESSA]
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